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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Meu compromisso com o altar todos os dias

O fogo arderá e não se pagará!!! (levitico 6:8-13)

6:8 disse o Senhor a Moisés:


6:9 dá ordem a Arão e a seus filhos, dizendo: Esta é a lei do holocausto: o holocausto ficará sobre a lareira do altar a noite inteira, até a manhã seguinte, e nela se conservará aceso o fogo do altar.

6:10 O sacerdote então vestirá a sua túnica de linho, e vestirá as calças de linho sobre a sua carne, e levantará a cinza, quando o fogo houver consumido o holocausto sobre o altar, e a porá junto ao altar.

6:11 Depois despirá as suas vestes e vestirá outras, e levará a cinza para fora do arraial a um lugar limpo.

6:12 O fogo sempre se conservará aceso sobre o altar; Não se apagará. Cada manhã o sacerdote acenderá lenha nele, e sobre ele porá em ordem o holocausto, e sobre ele queimará a gordura das ofertas pacificas.

6:13 O Fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará.


Introdução:

Em todo este parágrafo nos damos conta da importância da função do sacerdote e o altar, a chave para este compromisso se encontra no versículo 13, vemos a ordem de Deus, tinha que arder continuamente e não tinha que apagar, para ele, o sacerdote tinha um compromisso que desencadeou uma cadeia de responsabilidades com relação à edificação diária do altar.

Este é um tempo de edificar um altar a Deus onde a paixão (fogo) ardera de maneira continua, ao dizer que devemos levantar ou edificar um altar, não digo por que não há um altar, creio que ele exista, eu acho que temos que reparar reajustar, como profeta Elias fez, para cair fogo do céu.

Abaixo vemos a atividade diária do sacerdote com relação ao altar.


I O sacerdote dedicava tempo para arrumar o altar.

O sacerdote neste contexto dedicava tempo todos os dias para ajeitar, poderia se dizer edificar o altar. Ele entendeu que o altar era uma questão de todos os dias, algo que pertencia a uma rotina diária.

Dei-me conta que nós Cristãos temos certa fobia da palavra rotina. Pensamos que se falar em rotina já estamos mal, e não é assim.

Rotina: execução de uma tarefa ou trabalho. Hábito adquirido pela pratica. Amo esta definição, hábito adquirido pela pratica. Precisamos ter esta pratica do altar todos os dias.

Devemos estabelecer prioridades

É impossível crer que somos sacerdotes tal qual declara a palavra de Deus, e não temos como prioridade um tempo com Deus.

Elias quando foi lidar com os sacerdotes de Baal, arrumou o altar antes de realizar o sacrifício.

Todos os dias devemos arrumar  o altar das nossas vidas.

Arrumar o altar é uma questão de prioridade.

Em nossa vida deve ser prioridade nossa relação com Deus.

O altar é um lugar de morte, é o lugar onde morremos, onde nos oferecemos.




II Cada manhã tinha que por lenha nova

(As experiências de ontem já não servem hoje).

A lenha de ontem já não servia ao sacerdote, essa lenha serviu ontem, mas não hoje.

A historia, nos fala de um presente, de entender que a oração que fiz ontem já não serve hoje, não que a oração seja carente de poder, falo ao sentimento da busca diária. Amo o versículo de I Corintios 01:09

“Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados, para comunhão e seu filho Jesus Cristo nosso senhor.”

Meu primeiro chamado é ter comunhão com Cristo, antes de ser músico, pastor qual seja o ministério, meu primeiro chamado é ter comunhão com Jesus. Isso todos os dias.

A lenha de ontem já se consumiu é necessário lenha nova.

A oração de ontem não serve hoje.

Precisamos de experiências novas cada dia.

É triste ver pessoas que vivem somente das experiências  passadas.




III Remover as cinzas.

(não pode se levantar um altar com base em glórias passadas).

O sacerdote tinha que tirar as cinzas do que um dia foi um animal, o sacerdote não poderia oferecer algo novo se não se desfizesse do velho.

E isso nos fala do novo que vem de Deus, que vamos receber se estivermos como odres novos, não como odres velhos.

A cinza é o que abafa o fogo.

Se tiver muita cinza na lenha o fogo não vai acender.

As cinzas representam para nós hoje:
  • Glórias passadas.
  • Feridas do passado.
  • Rancores e dores, etc.

IV Fala das roupas que o sacerdote tinha que usar

(O sacerdote tinha que estar puro).

La menciona outras roupas para levar as cinzas a um lugar limpo.

Isso nos fala de santidade.

Santidade não é perfeição.

Santidade é o desejo fervente de agradar a Deus, e rebelar-se contra tudo que é pecado.

A bíblia nos convida a nos revestir do novo homem.

Assim diz Efésios 4.22 , 23, 24:

“E quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano;

E vos renoveis no espírito do vosso entendimento;

E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade”.

Temos que nos renovar no espírito do nosso entendimento, tem que haver uma revolução mental constante em nós, vestir se do novo homem segundo Deus não é uma sugestão, é uma ordem divina.






V É necessário outro combustível para que haja fogo no altar fora a lenha.

(sacrifício, oferta)

O altar, a lenha e o fogo podem estar, mas para que servem se não há oferta para consumir.

O altar não tem sentido se não tem uma oferta, o fogo não tem sentido se não tem uma oferta, a lenha não serve de nada se não há o que consumir no altar, tem que existir uma oferta.

É necessário e importante que tenha oferta sobre o altar.

Tua vida e minha vida é esta oferta.

( Pág. 77 livro “Adoremos”...)  É importante que vivamos sobre o altar diariamente, pedir ao Senhor que consuma todas aquelas motivações, pensamentos e desejos que são contrários a sua vontade.

Nossas vidas deveriam ser semelhantes a cinza fina, sem caráter nem personalidade, mas como a de Cristo. E isso só pode acontecer quando permitimos que o Senhor nos coloque sobre o altar.


É tempo de levantar, tempo de edificar um altar para Deus. Estamos dispostos Deus.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Cristianismo clichê


Deus tem uma obra na sua vida. O inimigo está furioso. A vitória é nossa. Há poder em suas palavras. Quem não vem pelo amor vem pela dor. Vamos entrar na presença de Deus. Deus é pai, não é padrasto. Clichês. Frases (preguiçosamente) feitas (repetidas).
Longe de mim as pretensões enciclopédicas, mas devo lembrar - ou informar - que o termo de origem francesa no seu berço semântico nomeava um interessante objeto, uma matriz tipográfica que se repetia  indefinidamente. Funcionalidade. Praticidade. Repetição útil. O objeto-técnica aos poucos tornou-se metáfora de repetição burra, inconseqüente e desnecessária, que  não acrescenta nada, verdadeira inutilidade idiomática, completo vício lingüístico.


Aliás, é exatamente isso: vício. Mecanismo que domina o usuário. Uma droga, o clichê. Autores de fato inteligentes trazem consigo profunda ojeriza dos tais lugares-comuns. "Era uma vez..." como abertura e "... foram felizes para sempre" de fechadura  ficam bem em Andersen, mas duvido que Ruth Rocha faça dessa fórmula uma liturgia sine qua non para seus belíssimos contos infantis! Aquele famoso " obrigado, geeeeeeente!" do fim dos shows, seguido de "Por que parou, parou por quê?" são claramente elementos de um ritual simbólico dessa mágica interlocução artista/público. Clichê carece de intencionalidade, de voluntarismo e é inconsciente; não é uma palavra ou frase que usamos, mas que nos usa.
Pior que os clichês da literatura, da música (muito boa a saída de Marisa Monte ao subverter a norma culta e dizer "Beija eu, beija eu "em vez dos  cansativos "Eu te amo", que não passam de muletas), da política (" É preciso debater o tema com a sociedade" , "Pesquisa não ganha eleição" ), da educação (" conhecer a realidade do aluno" ), do cinema americano ("vamos pedir comida chinesa, amor?", tiras que, às vésperas da aposentadoria, tecem uma missão impossível ou que passam horas vigiando suspeito empanturrando-se de café e donuts) são os da religião. Em especial do cristianismo evangélico tupiniquim.
Semanalmente essa praga lingüística irrompe nos púlpitos e se alastra pelos bancos. "Somos cabeça e não cauda", "Somos filhos do Rei", coisas desse natureza distraída ou adoecida de sentido. Alerta: não confunda citação bíblica com clichê. Seria o mesmo que criticar um autor por evocar Shakespeare ou Camões e tachá-lo de preguiçoso. É o uso desrespeitoso e apressado  que se faz das Escrituras o problema. Quem ainda suporta aqueles micro-sermões entre os cânticos do "período de louvor" ? Quem acredita na necessidade, sentido e relevância de frases como "Deus quer tratar com sua vida hoje à noite. Você não sairá daqui do modo entrou (...)"? Isso para não nas letras esdrúxulas, algo constrangedor que nos vemos obrigados a cantar nos cultos por aí. Quando não é o caso de um lugar-comum, trata-se de um lugar-absurdo, como esse caso: "olhei pro céu/e vi que sempre foi azul/ Como é bom dizer/Jesus I love you". Preciso comentar?
A oração é um outro exemplo: observe o conteúdo das nossas orações. Será que conseguimos orar três minutos sem usar as muletas tais como "Amantíssimo Deus", "Mais uma vez entramos em sua presença", "entra com providência" , "vai tocando (SIC) cada coração" , "perdoa nossos pecados de omissão e comissão" e coisa do mesmo tipo e tristeza. Orações para fora - para os outros, e deveria ser para cima - para Deus.
Preguiça. Vã repetição. Reza gospel. Martin Luther King Jr me sacode de alento ao sugerir que "É melhor oração sem palavras do que palavras sem oração". Ana, orando-chorando, no templo. Ainda bem que Deus, o Senhor, o Pai nos aceita e entende em Jesus, O Verbo, o Filho e nos concede o auxílio do Espírito, que ora em nós de modo "inexprimível" (supra lingüístico).
A oração simples nos socorre: "ore como puder, não como quiser".  As orações-relâmpago de Neemias, a fórmula do cego: "Jesus, Filho de David, tem misericórdia de mim, pecador", a completude e a adequação do Pai-nosso. Há o que dizer, há o que calar diante do Senhor. Quem deseja uma outra gramática deveria mergulhar na amplitude-tessitura-abrangência emocional e existencial dos Salmos, nossa "escola de oração" (Peterson), "anatomia da alma" (Calvino) .
Como seria aceitar a orientação de um às das palavras, como Fernando Sabino, que dizia "escrever é cortar"? Como seria levar a linguagem litúrgica, homilética e devocional (louvor, pregação e espiritualidade)  tão a sério que as repetições de palavras  e idéias fossem usadas com toda a parcimônia e lucidez do recurso formal da poesia, nunca "tipo assim, quer dizer, coisal e tal"?
Vejam os Clássicos: a lucidez dos argumentos de Paulo, a deslumbrante inventividade de Guimarães Rosa, a erudição nunca cansativa e ensimesmada em abstrações de C. S. Lewis, a exuberância dos argumentos brilhantes de Calvino, o cativante respeito e reverência de Eugene Peterson às palavras?
Aliás, Peterson me inspirou a escrever esse texto-provocação. Lendo seu maravilhoso livro autobiográfico The pastor, a memoir (no Kindle - acabou de sair nos EUA )  cativou-me o relato de sua juventude como estudante de teologia. Como eu, Eugene Peterson cresceu num ethos pentecostal devoto e íntegro, mas no qual a fraqueza dos argumentos era compensada pelo volume da voz do pregador. Ao estagiar numa igreja presbiteriana em Nova Iorque, sua vida foi para sempre influenciada pelo ministério de George Arthur Buttrick, "um poeta no púlpit : durante um ano ouvindo-o pregar dominicalmente, eu nunca vi um só clichê passar por seus lábios". Ah, que maravilha o dia em que a ortodoxia dá as mãos à poesia! Quer dizer, tipo assim, né?
Gerson Borges é músico, educador e procura apaixonadamente ser um pastor de pessoas e de palavras.