Bem Vindos

Amados


Este é nosso novo endereço na web.

Para dúvidas, sugestões, convites, mande um e-mail para:

leviartisa@gmail.com

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

EU ME ARREPENDO DO PECADO DE ACREDITAR EM POLÍTICA PARTIDÁRIA

 


                Desejo começar este artigo com um mea-culpa. Uma declaração inicial para estabelecer o pressuposto básico de que já fui alguém empolgado com a política partidária. Sei que com certeza muitos que estão lendo este artigo agora irão se identificar, pois fizeram a mesma coisa. Mas como só posso falar por mim mesmo, não afirmo que o que vou declarar seja exatamente uma doutrina bíblica, mas minha impressão profunda e sincera ao ler os textos bíblicos face aos acontecimentos históricos no Brasil. Qualquer crente com sinceridade no coração e honestidade e coragem suficiente para assumir seus erros, chegará no mesmo ponto que eu: A política partidária brasileira está corrompida e não serve mais aos princípios da democracia. Por isso, um cristão sincero deve ser apartidário.

Meu arrependimento vem também de acreditar pela via normal, o voto, nos dois lados que hoje polarizam o país. Fiz campanha, colei adesivo no carro. Discuti política nas redes sociais e perdi amigos por causa disso. Votei tanto em um lado como no outro. E confesso que meu sentimento é de ter perdido meu tempo. E antes que você possa me julgar em relação ao processo eleitoral brasileiro, saiba que está lendo as linhas de um cidadão que foi mesário (otário?!?!) por 12 anos, em 6 eleições seguidas. Conheci a fundo as urnas eletrônicas e o processo dos competentes tribunais e cartórios eleitorais.

                Bem minha convicção se dá em alguns pontos que enumero em seguida. Porque o Cristão sincero deve-se afastar da política partidária?

1-) PORQUE A MENTIRA É A FERRAMENTA DA POLÍTICA PARTIDÁRIA

“Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não; pois o que passa daí, vem do Maligno”. (Mateus 5:37)

“E engana cada um a seu próximo, e nunca fala a verdade; ensinaram a sua língua a falar a mentira; andam-se cansando em praticar a iniquidade”. (Jeremias 9:5)

                A verdade é que os políticos prometem, prometem e prometem. E nós fingimos acreditar. E os simpatizantes de determinado político irão defender dizendo que não foi bem assim, ele tentou e etc. Os contrários a determinado político irão atacar e dizer que é ladrão, corrupto e etc. E a VERDADE, a essência do que o versículo acima está apontando, é deixada de lado. Como é que um cristão sincero pode compactuar com mentira? E o sistema político partidário brasileiro já pressupõe que haverá mentira, falcatrua, enganos e corrupção. Como podemos aceitar isso de bom grado? Será que todos somos cegos? Ou não queremos perder tempo, já que sabemos que nada irá mudar?

                Muitos dirão que a resposta é votar no político certo, no candidato certo e trocar os que são corruptos. Infelizmente isso já foi mais do que tentado e nada mudou. E bem sabemos que quando os poderosos são afetados ou presos, dão um jeito de serem soltos, pois tem muito dinheiro. Não são os políticos que temos que trocar. É o sistema político que tem que ser mudado. Ele está corrompido pois em sua essência tem a mentira como ferramenta. E segundo a Palavra de Deus, a inspiração para mentir só vem de um lado: As trevas. Seja de um coração corrompido ou uma inspiração do próprio Diabo.

 

2-) PORQUE A REPRESENTATIVIDADE PARTIDÁRIA É UMA FARSA

“Filho meu, se os pecadores te quiserem seduzir, não consintas. Se disserem: Vem conosco; embosquemo-nos para derramar sangue; espreitemos sem razão o inocente; traguemo-los vivos, como o Seol, e inteiros como os que descem à cova; acharemos toda sorte de bens preciosos; encheremos as nossas casas de despojos; lançarás a tua sorte entre nós; teremos todos uma só bolsa; filho meu, não andes no caminho com eles; guarda da sua vereda o teu pé, porque os seus pés correm para o mal, e eles se apressam a derramar sangue”. (Provérbios 1:10-16)

                O sistema político brasileiro é de representação. Em linhas gerais, os candidatos são filiados aos partidos e teoricamente representam o povo nas Casas Legislativas, nas esferas municipais, estaduais e federais. O voto proporcional no Brasil é adotado nos pleitos para deputados federais, deputados estaduais/distritais e vereadores. Resumidamente, a representação proporcional funciona assim: tem-se uma bancada com um número determinado de vagas. Apura-se quantos votos cada partido teve e são atribuídas cadeiras a esses partidos proporcionalmente aos seus votos (quociente partidário). Em cada legenda partidária, serão eleitos os candidatos mais votados até que se preencha o número de cadeiras obtidas.

Para ser eleito, o candidato não conta apenas com os votos que recebeu em seu nome, mas igualmente contam os votos amealhados pelo seu partido - ou coligação. Os votos válidos são divididos pelo número total de cadeiras disputadas. O resultado dessa divisão define o quociente eleitoral. Para que algum candidato se eleja, o partido/coligação deverá atingir esse número. Para a definição do número de vagas conquistadas por partido/coligação, divide-se o número de votos recebidos pelo quociente eleitoral. Isso define o quociente partidário, que, quanto maior for, corresponderá a mais vagas conquistadas. E eleitos serão os candidatos mais votados nos partidos com mais votos. Daí os partidos, a cada eleição, "correrem" atrás de "puxadores de votos". O deputado Tiririca, por exemplo: com sua votação, beneficiou candidatos que receberam menos votos que outros. Em sua "carona", um candidato se elegeu deputado federal por São Paulo com pouco mais de 30 mil votos. Consequência: o eleitor que vota em um candidato, ao fim e ao cabo, não sabe quem elegerá. Vota em "A", elege "B". O falecido Enéas Carneiro, quando foi eleito deputado, puxou consigo um candidato que recebeu apenas 275 votos.

Conforme dados produzidos pela BBC Brasil, na atual Câmara dos Deputados, tão só 73 deputados se elegeram pelo voto direto de seus eleitores. Os demais conquistaram suas vagas graças aos votos de sua legenda. Esse sistema só faria sentido se os partidos políticos ocupassem um lugar central na decisão do eleitor. Em um quadro onde há dezenas de partidos, onde a definição ideológica e programática - se é que existe - é confusa, onde as legendas são de aluguéis, servindo de fachadas para apoiar outros partidos e se locupletar com a farta distribuição das benesses públicas, em um cenário onde os partidos se constituem em um fim em si mesmo, disputando o poder político para sorrateiramente montar esquemas de corrupção com empresários igualmente corruptos, vê-se a farsa da representação política brasileira. E o eleitor se torna refém do seu próprio voto.

 

3-) PORQUE A POLÍTICA PARTIDÁRIA NÃO É MAIS PARA SERVIR E SIM PARA GANHAR DINHEIRO

“Aquele que anda corretamente e fala o que é reto, que recusa o lucro injusto, cuja mão não aceita suborno, que tapa os ouvidos para as tramas de assassinatos e fecha os olhos para não contemplar o mal, é esse o homem que habitará nas alturas; seu refúgio será a fortaleza das rochas; terá suprimento de pão, e água não lhe faltará”. (Isaías 33:15-16)

" ‘Assim diz o Soberano Senhor: Vocês já foram muito longe, ó príncipes de Israel! Abandonem a violência e a opressão e façam o que é justo e direito. Parem de apossar-se do que é do meu povo, palavra do Soberano Senhor. Usem balanças honestas, arroba honesta e pote honesto” (Ezequiel 45:9-10)

                Um deputado Federal ou senador ganham no mínimo R$ 39.000,00, fora outros benefícios como auxílio moradia, emendas e etc. Um político eleito pode chegar a ganhar 100 mil reais ou mais. Na teoria os políticos ao serem eleitos devem servir à população, fazendo leis e trabalhando nos interesses daqueles que representa. Mas na prática não é isso que acontece. Para trabalhar o político ainda exige favores, vantagens e claro muito dinheiro. Em sua maioria os políticos nem sabem a quem representam, a não ser que seja bem pago.

                Por isso o correto seria o político ter um salário bem reduzido. Sem vantagens ou benefícios a mais. Em países da Europa como a Suécia por exemplo, os políticos, juízes e demais autoridades são realmente servidores públicos. Tem suas próprias casas e carreiras e ao serem eleitos passam o período do mandato em instalações provisórias. Nada luxuosas, pelo contrário, bem funcionais e próximas de seu local de trabalho. Recebem um salário condizente com a função mas sem exagero. E aos finais de semana voltam para suas cidades de origem para ouvirem a população e saberem no que realmente devem trabalhar e os problemas atuais do povo. A pergunta que fica é: Se os políticos eleitos tivessem seu salário reduzido para poucos salários mínimos, será que haveriam candidatos para preencher os cargos? Penso sinceramente que não.

 

POSICIONAMENTO POLÍTICO

                Quero ainda responder algumas questões que são levantadas no meio cristão, em relação ao posicionamento político. Tenho visto pastores, teólogos e cristãos gritando a pleno pulmões que temos que nos posicionar politicamente para que possamos continuar tendo a liberdade religiosa no Brasil. E que se não o fizermos podemos ser perseguidos, ter as igrejas fechadas e não poderemos mais adorar a Deus livremente em nosso país. Quero lembrar para meus leitores e todos os interessados o que a Bíblia realmente diz sobre este assunto:

 

1-) A AUTORIDADE POLÍTICA NÃO É MAIOR QUE A AUTORIDADE DE CRISTO

"Você se nega a falar comigo? ", disse Pilatos. Não sabe que eu tenho autoridade para libertá-lo e para crucificá-lo? " Jesus respondeu: "Não terias nenhuma autoridade sobre mim, se esta não te fosse dada de cima...” (João 19:10-11).

                Tenho que lembrar aos meus colegas pastores e cristãos simpatizantes a política partidária que acreditam que a igreja está obrigada a ceder a autoridade política, que isso não é verdade. Toda autoridade existente nessa terra foi doada por Deus, para um fim específico. Mas esta autoridade não está acima da autoridade do céu e nem pode desafiá-la. Acreditar que estamos presos e condenados a sempre baixar a cabeça a políticos quer eles façam o que quiserem é um engano fatal. Se somos cidadãos de bem, pagamos os impostos e não fazemos nenhum mal e nem quebramos nenhuma lei, a autoridade não será problema para nós. Mas não pensem tais autoridades que estão acima da autoridade de Deus, pois não estão e nunca estarão. Paulo confirma isso em suas palavras:

“Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas. Portanto, aquele que se rebela contra a autoridade está se colocando contra o que Deus instituiu, e aqueles que assim procedem trazem condenação sobre si mesmos. Pois os governantes não devem ser temidos, a não ser pelos que praticam o mal. Você quer viver livre do medo da autoridade? Pratique o bem, e ela o enaltecerá. Pois é serva de Deus para o seu bem. Mas se você praticar o mal, tenha medo, pois ela não porta a espada sem motivo. É serva de Deus, agente da justiça para punir quem pratica o mal. Portanto, é necessário que sejamos submissos às autoridades, não apenas por causa da possibilidade de uma punição, mas também por questão de consciência. É por isso também que vocês pagam imposto, pois as autoridades estão a serviço de Deus, sempre dedicadas a esse trabalho. Dêem a cada um o que lhe é devido: Se imposto, imposto; se tributo, tributo; se temor, temor; se honra, honra” (Romanos 13:1-7)

                Então que fique claro que existem autoridades terrenas e estas devem ser respeitadas. Mas nunca estarão acima da autoridade divina. E a igreja tem uma missão divina e não humana. Logo, a igreja responde diretamente a Deus e realiza a missão que ele designou. Como instituição a igreja deve obedecer as leis e cumprir tudo o que se pede. Mas como IGREJA, deve se preocupar com a expansão do Reino de Deus, em ajudar os pobres e pregar o evangelho. Se autoridades políticas desejarem ajudar a igreja nessa missão, muito que bem. Se não, que não atrapalhem pois a igreja é maior.

 

2-) A MISSÃO DA IGREJA É MUITO MAIOR QUE A POLÍTICA PARTIDÁRIA

                Uma igreja local ou denominação que se preocupe com a política partidária, que tenha como meta e objetivo principal colocar candidatos de suas fileiras nos cargos políticos está pervertida. E que nos anos de eleição ceda o púlpito a políticos e mais políticos para angariar votos de seus membros, sendo estes coniventes com tais atitudes e se deixando influenciar por isso está perdendo seu tempo. Recentemente vimos uma igreja de uma certa denominação evangélica ovacionando de pé o candidato a reeleição, quase o exaltando como deus. Também vemos pastores anteriormente teólogos e preocupados com o Reino de Deus e Missões se tornando agora o porta voz de um dos candidatos, sendo que um destes pastores afirmou publicamente que a prisão de um dos candidatos foi injusta, chegando a declarar que tal candidato teria sido preso igual a Jesus.

                Existem denominações que possuem partidos políticos. Pastores que abandonam seu ministério temporariamente para se candidatarem a cargos políticos, mas continuam “pastoreando”, pois assim poderão influenciar mais eleitores. Alguns políticos atacam frontalmente a igreja, querendo ensinar como se faz ação social. Recentemente uma professora da USP acusou as igrejas evangélicas de periferia de serem todas ligadas a máfia. Outro determinado pastor, candidato pelo seu estado, diz que sua missão de vida é derrotar o atual presidente. Outro pastor bem famoso posta vídeos em suas redes gritando e chamando de vagabundo quem pensa diferente dele politicamente. E termina falando um “Deus abençoe o Brasil” quase como se quisesse esganar alguém, sem expressar nenhum sentimento de paz. Em tudo isso a pergunta que faço é: O que está acontecendo com a igreja?

                A missão da igreja é muito maior que tudo isso: “Então, Jesus aproximou-se deles e disse: "Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos". (Mateus 28:18-20). Esta missão que Jesus nos deu, ele também nos direciona: Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra" (Atos 1:8).

                Não há a mínima menção de política, cargos, dinheiro ou qualquer coisa que ligue a igreja a tarefas políticas e partidárias. Jesus mandou ir e fazer discípulos e não ir atrás de votos. Jesus mandou ensinar a sua Palavra e não promessas de campanha. Não estou dizendo que é pecado fazer campanha política ou que um cristão não possa se candidatar. Creio que é necessário pessoas de bem nos cargos públicos para servirem bem e fazer o que é necessário para toda a população. Mas ao comparar a missão política com a missão divina, a missão política deve ser abandonada, e não é o que está acontecendo atualmente. Na verdade os crentes de hoje estão acreditando na mentira que a política é a solução para os problemas do país. O que dizer? Deixo que a Bíblia responda por si:

“Assim diz o Senhor: "Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da humanidade mortal a sua força, mas cujo coração se afasta do Senhor”. (Jeremias 17:5)

Se não for o Senhor o construtor da casa, será inútil trabalhar na construção. Se não é o Senhor que vigia a cidade, será inútil a sentinela montar guarda. Será inútil levantar cedo e dormir tarde...” (Salmo 127:1-2)

O Senhor desfaz os planos das nações e frustra os propósitos dos povos. Mas os planos do Senhor permanecem para sempre, os propósitos do seu coração, por todas as gerações. Como é feliz a nação que tem o Senhor como Deus, o povo que ele escolheu para lhe pertencer!” (Salmo 33:10-12)

 

3-) PESSOAS EM POSIÇÃO DE AUTORIDADE SÃO APENAS PESSOAS E NÃO UNGIDAS OU ENDEMONIADAS

                Há uma falsa ideia na igreja evangélica atual que diz que se a pessoa está em um determinado cargo político ela foi levantada por Deus ou pelo Diabo. E por isso deve ser apoiada sem nenhuma restrição, caso seja por Deus. Ou rejeitada com todas as forças, caso seja pelo Diabo. A pergunta que faço é: Quem determina isso? O fato de Deus permitir alguém em uma posição de liderança quer dizer que Deus assina embaixo em tudo o que ele faz? Só porque alguém se diz cristão, realmente o é? Será que alguém que achamos que seja das trevas realmente o é?

                Este pensamento é chamado de maniqueísmo. Em definição o maniqueísmo é um dualismo religioso sincretista que se originou na Pérsia e foi amplamente difundido no Império Romano (Séculos II d.C. e IV d.C.), cuja doutrina consistia basicamente em afirmar a existência de um conflito cósmico entre o reino da luz (o Bem) e o das sombras (o Mal), em localizar a matéria e a carne no reino das sombras, e em afirmar que ao homem se impunha o dever de ajudar à vitória do Bem por meio de práticas ascéticas, evitando a procriação e os alimentos de origem animal. Existem atualmente muitos crentes maniqueístas em nosso meio, inclusive estabelecendo regras de pode ou não pode.

                Leia o texto a seguir: "Assim diz o Senhor ao seu ungido: a Ciro, cuja mão direita seguro com firmeza para subjugar as nações diante dele e arrancar a armadura de seus reis, para abrir portas diante dele, de modo que as portas não estejam trancadas: Eu irei adiante de você e aplainarei montes; derrubarei portas de bronze e romperei trancas de ferro” (Isaías 45:1-2). Muitos crentes ao lerem este texto automaticamente afirmam que Ciro por ser levantado por Deus, mesmo não sendo do povo de Israel, era um instrumento de Deus. A questão é que Ciro foi exatamente isso. E apenas isso. Ciro foi um instrumento de Deus para que Israel pudesse voltar para a terra prometida. Mas isso não quer dizer que Deus apoiava todas as atitudes de Ciro. Ele era um imperador cruel. Matava pessoas e invadia territórios para conquistar.

                Então o que estou querendo dizer? Simples: “O coração do rei é como um rio controlado pelo Senhor; ele o dirige para onde quer. Todos os caminhos do homem lhe parecem justos, mas o Senhor pesa o coração” (Provérbios 21:1-2). Ou seja: Deus é que controla tudo e todos. O Salmo 24:1 é claro: “Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem”. Somos apenas instrumentos na mão do Senhor. Que sejamos para fazer o bem. Que os políticos saibam que estão no cargo por permissão de Deus para fazerem o que ele deseja. Se não o fizerem serão substituídos. Deus pode permitir ou não. Simples assim.

 

4-) VALORES E PRINCÍPIOS TEM COMO FONTE A PESSOA DE DEUS E NÃO IDEOLOGIA POLÍTICA

                Existem valores e princípios que encontramos na Bíblia que fazem a fronteira entre projetos políticos. Um cidadão consciente e que deseja votar em algum candidato deve avaliar a sua competência, sua experiência e se o projeto político de tal candidato não confronta os valores e princípios divinos. É preciso lembrar também que estes valores são voltados para o bem e a proteção de todas as pessoas, não apenas as pessoas cristãs. Sendo assim afirmo que uma política partidária é ruim, mas uma política partidária corporativista é muito pior. Ou seja: um político cristão deve fazer leis e proteger todos os cidadãos e não apenas os cristãos. Infelizmente não é o que vemos atualmente. Cada um puxa a sardinha para o seu lado, como diz o ditado. Um escritório político mais se parece com um balcão de pedidos do que uma plataforma de ideias e políticas públicas.

                É preciso analisar se os projetos políticos de um candidato não ferem os valores divinos. Apoiar o aborto, pena de morte, censura à liberdade de expressão, tirar direitos adquiridos dos cidadãos e o direito à propriedade vai diretamente contra estes valores. Mas também a desigualdade social, precarização do trabalho, falta de moradias e saneamento básico e tantos outros problemas estruturais são igualmente contra os valores divinos da dignidade humana. E isso não depende de ideologia política. Sendo esquerda ou direita, ao quebrar estes valores, devem ser rejeitados.

                A verdade é que a política partidária não está nem aí para os valores. Os debates nem chegam a refletir e debater seriamente o que se fazer para resolução de tais problemas. Apenas paliativos e remendos são feitos, com as mesmas desculpas de sempre e nada de efetivo é realizado. Há centenas de anos o Nordeste sofre com a seca e continuará a sofrer. E por que? Por falta de vontade política. Mas também porque a igreja se omite. Existem pastores de igrejas que ganham 90 mil por mês ou mais. Recebem ofertas na casa dos milhões. Enquanto isso há sofrimento e injustiças na porta de suas igrejas. Moradores de rua são proibidos de entrar. Mas o rico enternado é abençoado e abraçado. Graças a Deus existem várias iniciativas cristãs sérias no Nordeste e em muitos lugares que juntas poderiam amenizar o problema e criar soluções de renda e igualdade para as pessoas necessitadas. Basta querer.

CONCLUSÃO:   

                Encerro este pequeno ensaio com uma reflexão. A igreja local é da maior importância para o bem-estar e desenvolvimento de uma comunidade. A agenda de Jesus para a saúde e transformação da comunidade é expressa e modelada através da sua igreja. Em nada precisamos da política partidária. Cito aqui um trecho do livro “Se Jesus fosse prefeito” de Bob Moffit: O que Jesus faria se Ele fosse Prefeito da minha cidade?

• O que Ele faria pelos desabrigados e a as crianças de rua?

• O que Ele faria a respeito do alcoolismo, abuso de drogas e outros vícios?

• Como Ele fortaleceria as famílias?

• Como Ele promoveria água potável, habitação adequada e alimento, serviços de saúde, sistemas de esgoto e coleta de lixo, e estradas apropriadas?

• O que Ele faria sobre salários justos e emprego adequado?

• O que Ele faria quanto as crianças indesejadas e o cuidado com o enfermo e o idoso?

• O que Ele faria para criar beleza - ruas limpas, árvores, flores e parques públicos?

• Que mudanças Ele faria na educação de crianças e adultos?

• Que novas decisões Ele tomaria sobre as políticas públicas?

• Como Ele ajudaria pessoas a avaliar problemas e tomar decisões justas?

• O que Ele faria para mudar a maneira como o governo local trabalha?

• Os ensinos dEle seriam televisionados? Ele faria "reuniões municipais" onde a sua agenda e os princípios do seu Reino seriam estabelecidos?

• O que Ele faria sobre os crimes e conflitos civis? Que orientações Ele daria para a polícia e as relações comunitárias?

• Que mudanças Ele faria nos tribunais? E nos sistemas penitenciários?

• O que Ele faria sobre a desigualdade entre o rico e o pobre?

• O que Ele faria sobre a corrupção e suborno?

• Que regulações Ele estabeleceria para o comércio?

• O que Ele faria sobre a depressão, solidão e doença mental?

• Como Ele lidaria com a pornografia, imoralidade sexual e prostituição?

• O que Ele faria sobre o abuso de crianças e cônjuges?

• Como Ele melhoraria as relações sociais entre os cidadãos?

 

                Pensar no que Jesus faria é um bom exercício de imaginação. Melhor ainda seria trocar o nome dele pelo nosso e tentar agir como se fôssemos ele aqui na terra. Peraí... mas é isso que a igreja é! O Corpo de Cristo na terra. Esqueça a política partidária e entre para o partido de Jesus. Se ele é o prefeito da cidade, te nomeou secretário dEle. Vamos agir? Arregace as mangas e comece a trabalhar no gabinete das ruas e praças, pregando e fazendo o bem, como ele mesmo fazia aqui neste mundo. Não é preciso campanha política e nem dinheiro do fundão. Deus já te elegeu e Ele é o dono do ouro e da prata. Desligue a TV, esqueça o horário eleitoral gratuito e foque sua atenção no plano de Governo de Deus: "Erga a voz em favor dos que não podem defender-se, seja o defensor de todos os desamparados. Erga a voz e julgue com justiça; defenda os direitos dos pobres e dos necessitados". (Provérbios 31:8-9)

 

Leandro Silva