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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Malafaia fala demais!

Amados,

Este texto é tudo o que eu gostaria de falar, ou já falei algumas vezes !!! Assino embaixo !!

Paz

Pr. Leandro
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Malafaia fala demais!
Os evangélicos, por acaso, estão concordando com as suas opiniões?
Às vezes, acerta. Mas, no volume com que se pronuncia, desconfio que não consiga se lembrar de quando falou demais. Ainda que ninguém tenha perguntado, ele, exaltado, emite suas opiniões, que mais parecem vereditos. É verdade que fala em nome dele mesmo; porém, fica parecendo que acredita piamente que é o grande formador de opinião do rebanho evangélico no Brasil.

O pastor midiático escracha geral no mais puro estilo popularesco. Língua solta mesmo, como a dos seus correspondentes televisivos Wagner Montes (Rede Record), Ratinho (SBT) e José Luiz Datena (Band). O diferencial de Silas Malafaia é que, entre os seus arroubos performáticos, ele cita textos bíblicos para justificar ou legitimar suas falas. Impressiona o quanto é autoconfiante!
Silas Malafaia não suporta abreviaturas: LGBT, Iurd, CGADB, CPAD, PL 122, PNDH, PT etc. Quando se trata de sopa de letrinhas, Malafaia entorna o caldo. O pastor em questão notabiliza-se pela lista extensa de desafetos: Dilma Rousseff, Caio Fábio, Marcelo Freixo, Fernando Haddad, Valdemiro Santiago, Satanás, Marina Silva, Jean Willys, Marco Feliciano e os seus eventuais sucedâneos. Quem atravessa na frente no feroz profeta pode se arrepender, pois Silas Malafaia paga para entrar numa briga e, quanto mais crescem as polêmicas, mais lucra. Quando se trata de osso duro, o Malafaia não é de roer: prefere triturar. Tudo em nome da verdade. É claro!

Na década de 1990, na bancada do programa 25ª Hora, que era veiculado na Rede Record com a direção do pastor Ronaldo Didini, Silas Malafaia ganhou projeção nacional mostrando destreza nas esgrimas verbais. Na década seguinte, já distante da Igreja Universal, dona da emissora e que patrocinava o programa, ele tinha cadeira cativa no debate do Rádio El Shadai da Rádio 93,3 FM do Rio de Janeiro, do grupo de comunicação do deputado federal Arolde de Oliveira (PSD-RJ). Tanto na TV como no rádio, a liderança de Silas Malafaia sempre esteve relacionada com um tipo bem peculiar de apologética.
Rompeu com a Iurd. Rompeu com a Convenção Geral das Assembleias de Deus, a CGADB. Rompeu com as alianças políticas de ocasião (FHC, Lula, Garotinho). Não rompe para sobreviver, mas para crescer. Neste tempo de crescimento, criou o seu mundo com o poder da sua palavra: uma denominação, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo, fruto de seu desligamento com a CGADB; um programa de TV diário em rede nacional, o Vitória em Cristo, exibido por três emissoras abertas; a Associação Vitória em Cristo; a gravadora Central Gospel; a editora Central Gospel; e o portal Verdade Gospel.

Olhando para as igrejas evangélicas no Brasil, é o caso de se perguntar: por que a atuação de Silas Malafaia provoca esse emudecimento geral? Os crentes, por acaso, estão concordando com as suas opiniões? Os intelectuais evangélicos comentam à boca miúda, nos seus congressos vazios, os horrores malafalianos – mas não passa disso. Em seus gabinetes, pastores dizem que não concordam com muita coisa que ele faz e fala, mas não vêm a público afirmar isso. Parece que poucos estão dispostos a desautorizá-lo a falar em nome do grupo religioso que eles também representam. Pelo tempo decorrido desde que Silas Malafaia tornou-se o que é hoje, já era para a fase da perplexidade ter passado. A grande mídia evangélica não tem tradição de debate; prefere anunciar produtos a publicar ideias. Quanto aos pastores, perderam a voz ou consentem com o silêncio.

Fico na expectativa de que alguém por perto diga a ele que tamanha exposição gera uma monstruosa vulnerabilidade. Silas Malafaia tem muitos exemplos de quedas monumentais de pessoas que, como ele, partiram para uma superexposição midiática a fim de anunciar Evangelho e acabaram se perdendo: foram longe demais e esqueceram o caminho de volta. Já foi provado que a igreja eletrônica gera mais antipatia do que conversos; enche mais bolsos do que almas; constrói mais celebridades do que gente; reúne mais multidão do que rebanho.
Tomara que, no futuro, este texto soe ridículo. Algo do tipo: devaneios de um recalcado. A esta altura do campeonato, contudo, falo somente por mim: o pastor Silas Malafaia não me representa. Envergonho-me da forma como se dirige aos evangélicos. Envergonho-me das suas grosserias com Bíblia na mão desancando a sociedade brasileira. Envergonho-me das suas inserções políticas em período eleitoral, plantando factoides. Envergonho-me da nossa falta de vergonha em não desautorizá-lo.
Por Dan Martins, para o Gospel+

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Pastores precisam agir como Davi diante de Natã


Para o psicoterapeuta Ageu Heringer Lisboa, líderes evangélicos são vítimas da negligência em relação à própria saúde psíquica.




Qualquer observador do meio evangélico – tanto os "de dentro" quanto os de fora – com um mínimo de isenção sabe que a liderança atravessa um momento de grave descrédito perante a sociedade. Os desmandos de muitos pastores, que se arvoram o direito de gerir as igrejas como extensões da própria casa, e a falta de zelo em manter uma conduta íntegra, são geralmente os caminhos mais curtos para a queda. A crise de integridade que assola o ministério cristão tem causas nem sempre claras, mas seus efeitos estão aí, à vista de todos. O psicólogo e terapeuta Ageu Heringer Lisboa conhece essa realidade de perto. Com experiência clínica de 34 anos, ele tem atendido muitos crentes – e por seu consultório passam também pastores e dirigentes evangélicos. É claro que, por ética profissional, ele não pode pormenorizar casos particulares – mas o quem ele tem visto, em termos gerais, é preocupante. "É um segmento normalmente avesso a buscar ajuda psicológica, por receio de se expor perante os colegas e os liderados", comenta. "Geralmente, os pastores deixam os problemas se acumularem anos e anos, sempre empurrando com a barriga, acreditando que encontrarão a saída sozinhos". Não encontram – e o resultado pode ser devastador, tanto para a vidas pessoal como para o ministério.

Mestre em ciências da religião, escritor e um dos fundadores do Corpo e Psicólogos e Psiquiatras Cristãos (CPPC), Ageu integra a Associação Brasileira de Terapia e Pastoral Familiar e dirige seminários para casais, além de prestar consultoria para grupos ministeriais. Para ele, o episódio bíblico envolvendo o rei Davi e o profeta Natã, que corajosamente denunciou os pecados do monarca, é cada vez mais difícil de se repetir. "Quem aspira ou ocupa posições de comando, junto com os privilégios da posição, deve arcar com o ônus da visibilidade e do lugar que ocupa no mundo das representações sociais", opina o especialista. Ageu Lisboa concedeu a seguinte entrevista a CRISTIANISMO HOJE:

CRISTIANISMO HOJE – Qual a diferença entre integridade e caráter?
AGEU LISBOA – Caráter é o núcleo íntimo da personalidade, um centro irradiador de valores que caracteriza uma pessoa. O caráter expressa uma força espiritual organizadora da psique, uma dada estrutura básica e resistente a mudanças. Quem colocou este assunto no centro de seu sistema de psicologia foi Wilhelm Reich. A estrutura do caráter tem a ver com o "todo orgânico", o biodinâmico marcado pelas vivências prazerosas e por aquelas que causam desprazer; os comandos verbais e condicionadores que recebemos, em especial as mensagens emocionais nos ambientes formativos dos primeiros anos. Já integridade pode ser definida como aquilo que é digno de confiança, que se apresenta completo, sem maquiagem, com o melhor de sua natureza. Aplicados em humanos, seria uma qualidade moral positiva, que faz a pessoa agir segundo a verdade e se orientar com justiça. Não quer dizer.

Então, o que faz uma pessoa ser íntegra?
Ser acolhido e educado num ambiente amoroso e justo é o maior estímulo, sem dúvida. Receber uma formação espiritual em que se aprenda a conviver com limites e partilhas. À medida que deixamos a infância, espera-se que caminhemos rumo a uma maturidade psíquica e política, assumindo plenas responsabilidades por nossa vida. Viver se traduz, assim, por escolhas e respostas que carregam sentidos e valores, gerando efeitos sobre os outros e em nós mesmos. Em todo o tempo, estamos nos comportando ativa ou passivamente. Se somos pouco conscientes, predominará o instinto e o automatismo; então, coisa boa ou má poderá sair daí. Como membros da raça humana, pertencemos a um habitat que gera exigências éticas sobre todos. Não podemos ignorá-las e agir segundo nosso próprio desejo ou vontade particular, desconsiderando outros, pois nem ao menos nos fizemos a nós mesmos – somos construídos e vivemos articulados socialmente, reconhecendo e honrando o laço social. Assim, contribuiremos para a paz e a justiça.

A vida religiosa e o Evangelho, mais especificamente, são uma maneira de se alcançar um nível moral mais elevado?
Não e sim. Religiosos de tempo integral, de todas as religiões, preservam culturas, servem às populações e são depositários de muita confiança popular. Mas têm lá seus problemas. Conventos e seminários não são garantia de santidade nem bondade. O Papa Bento XVI tem assumido a vergonha e a culpa por tantos pedófilos na Igreja Católica. No campo protestante e evangélico, temos também nossos porões obscuros. Centros de tratamento de vítimas de abusos sexuais e violência doméstica têm grande presença de pastores entre os violadores. A religiosidade mal instruída, estreita, moralista e fanatizada é uma praga encontrada nas mais diversas expressões ditas religiosas. Os talibãs, excrescência perversa e sádica no islamismo que aflorou nos anos 1980, e os ultra-ortodoxos judeus, que mandaram assassinar o próprio primeiro-ministro israelense Isaac Rabin, em 1995, são irmãos gêmeos. Pastores que pregam cercos espirituais e desrespeitam ostensivamente cultos afros e católicos seguem na mesma linha. Psicologicamente, tudo isso é uma projeção doentia de sombras do coração, associadas à ignorância cultural. Espiritualmente, o processo revela desconexão com o espírito de Jesus Cristo; e socialmente, é questão para a polícia.

Esse é o "não". E por que também pode ser "sim"?
Por outro lado, o evangelho possibilita a integridade quando seguimos no Espírito de Cristo. Jesus é a expressão da nova humanidade – e o evangelho, tal como expresso nos textos bíblicos, traça o caminho da salvação, da via ética, moralmente superior, marcada pela bondade e justiça. Jesus é uma quase unanimidade, positivamente considerado por filósofos e teólogos de outras religiões e pela maioria dos construtores da psicologia como "homem universal", uma encarnação do ideal ético. Ele mostrou-se bem humorado e sábio ao ensinar, acolheu excluídos; foi forte com os duros, festeiro com os que celebravam. Conhecer a Jesus através das Escrituras, meditando em suas palavras e acolhendo seu Espírito, abre-nos ao grande poder de transformação interior e social de cada pessoa.

Por que líderes e pastores ditos "de bem" são excessivamente cobrados quando cometem um pecado e acabam sendo julgados e execrados – alguns, por toda a vida – pela mesma igreja de que sempre cuidaram?
A natureza do trabalho pastoral em sua acepção bíblica original é a de alguém que vive em comunhão com Deus, é instruído nas Escrituras, tem vocação e preparo para cuidar de pessoas espiritualmente desorientadas e ensinar as Escrituras. Os termos "trabalho pastoral e terapêutico" se assemelham semanticamente, significando "cuidado de almas" ou "cura de almas" – o que traz uma exigência ética específica: a de que se mantenham íntegros, moral e profissionalmente. É compreensível essa cobrança pelo lugar que pastores e líderes ocupam no imaginário popular. Sacerdotes, desde tempos imemoriais, supostamente estão mais próximos da divindade ou conhecem o mundo espiritual. Do mesmo modo, se espera que filósofos, juízes e psicólogos apresentem comportamentos coerentes e moralmente sublimes. A sociedade necessita de referenciais de integridade, precisa encontrar pessoas dignas no meio de tanta bandalheira, imoralidade e corrupção. Quando um líder espiritual incorre num pecado grave, tipo adultério ou falcatrua, isso desperta decepção, revolta e angústia entre seus seguidores.

Isso não seria o tal processo de idealização?
Exatamente. E quanto maior a idealização e até idolatria da figura pastoral, maior a tragédia. Importa considerar que esta idealização da persona pastoral, revestida com uma auréola de santidade, definida como portador de uma unção superior, geralmente é fruto de uma construção conjunta entre o pastor e sua comunidade. O pastor, por necessidade narcísica; a comunidade, por demandar um tipo de "pai" santo. E como os líderes vivem a ensinar os demais, devem se cuidar. Este é o sentido de instruções pastorais que Paulo emprega nas suas cartas a Timóteo e Tito. Quem aspira ou ocupa posições de comando, junto com os privilégios da posição, deve arcar com o ônus da visibilidade e do lugar que ocupa no mundo das representações sociais. O pastor, o líder, está numa posição por demais espinhosa e corre até mais riscos devido ao assédio que recebe. Ele é seduzido com elogios, mobilizado para salvar mulheres com carências afetivas, discipular gente rica e poderosa – e é nestas relações que uma aliança escorregadia pode se estabelecer.

A integridade é uma exclusividade dos salvos em Cristo?
Não! Encontram-se boas pessoas, éticas e bondosas, justas e solidárias, em todos os grupos, mesmo entre os ditos "pagãos". Quem duvida do bom caráter de Mahatma Gandhi, por exemplo? E de madre Tereza de Calcutá? O apóstolo Paulo escreve sobre a revelação de Deus em todo o gênero humano, através da criação e na consciência. Na prática, encontramos pessoas não-evangélicas, mas que receberam boa formação familiar, educacional e ética, que são excelentes cidadãos – gente íntegra, amorosa, verdadeiros exemplos de civilidade e maturidade. E, contrariamente ao que desejamos, temos tantos crentes broncos, mal-formados, imaturos, dando vexame na política, na televisão, com deploráveis deslizes ético-morais... Repete-se então o que Jesus teve de dizer aos que se diziam "filhos de Abraão" e se achavam acima dos gentios e com direitos hereditários ao Reino de Deus. Jesus desmontou essa falácia ao anunciar que os verdadeiros filhos de Deus são os que de todo o mundo o recebem pela fé e passam a segui-lo. O Senhor é tão gracioso que concedeu talentos e potencialidades de bondade para todos, em toda parte.

Mas perante alguns setores, "pastor" virou sinônimo de picareta...
Qualquer observador imparcial do campo religioso brasileiro e com sensibilidade cultural e ética se choca diante desse quadro. O joio cresce junto ao bom trigo e há um descompasso entre o inchaço da presença dos 'crentes' na população do país e a questão ética. Autores, como o professor Mendonça, Paul Freston e Robinson Cavalcanti, já analisaram esse fenômeno. A partir da década de 1950 a configuração do campo religioso sofreu aceleradas mudanças; passaram a predominar as teologias mais subjetivistas e emocionais dos pentecostais. Da periferia do sistema, a pregação evangélica aos poucos chegou às classes médias e à mídia. Sem o mínimo senso de obediência a um coletivo dirigente, por qualquer discordância, alguém se desliga de um grupo e funda o seu próprio. Junto a isso se descobriu uma mina de ouro: insistir em cada culto no recolhimento de imposto religioso. É dito à exaustão que o dízimo é para Deus, que se encontra na Bíblia e que, por isso, é sagrado. No entanto, temos visto muito desse dinheiro ir para o cofre das famílias dos "ungidos". Há uma leitura bíblica mecânica e conveniente ao clero da maioria absoluta das igrejas e grupelhos, que tratam o dízimo – uma ordenança para a Israel dos tempos bíblicos – como lei para hoje, em qualquer circunstância. Essa prática, pouco discutida, na verdade é um tabu que ameaça quem ousa questionar sua validade, o que, por sua vez, é o fator facilitador e atrativo por excelência dos aproveitadores da credulidade popular e fonte de corrupção. Pessoas sem muita instrução, pobres, emocionalmente fragilizadas ou sem maior discernimento são as maiores vítimas. Pastores mauricinhos, que gostam de luxo e viagens ao exterior, mostram que estão possuídos pelo espírito do "capetalismo" e da mentalidade de mercado.

Mas pastores que agem assim são a maioria?
É bom que se diga que os mais de 200 mil pastores evangélicos, ou pelo menos a maioria, são como a população de onde saíram, refletindo sua cultura, vícios e sabedoria. Essa maioria vive com baixos salários, em condições precárias, em meio à violência, sem acesso a saúde, habitação e educação, e nem assim se deixam corromper. O risco maior está com os que buscam os holofotes da mídia, os que desejam a glória de uma grande igreja a seus pés, adeptos do espúrio evangelho da prosperidade – o antigo evangelho de Mamon e Midas.

No romance Crime e castigo, de Dostoievski, o estudante Raskolnikov mata sua idosa senhoria apenas para conhecer o sentimento divino de ser o mestre da vida e da morte. A busca pelo poder também é uma das principais origens das falhas de caráter dos pastores e lideranças cristãs?
O ser humano é naturalmente atraído pelo poder, seja para bajulá-lo e se beneficiar dos favores de quem manda ou para dominá-lo e ser admirado. José, filho de Jacó, quando ainda imaturo, procedeu provocativamente com os irmãos, colocando-se como o centro da família. Lúcifer ambicionou o poder celestial e sua cobiça resultou na primeira queda. Adão e Eva foram tentados justamente com a oferta satânica de poder saber e ser como Deus – ou seja, almejaram o poder por excelência. Por que existem tantas revistas e programas que enfocam o mundo dos ricos e famosos, senão por esta atração fatal que o poder exerce nos incautos e nos conscientemente ambiciosos? E a história humana não é a história do jogo do poder, num darwinismo onde predomina o mais forte? Não é a lógica do mercado materialista? Não é a prática de nações contra nações? É algo de base instintiva, que a Bíblia chamará de carnalidade. Então, é questão que atinge a todos, incluindo pastores. Lidar com esferas de poder é muito importante e necessário, sendo parte da dinâmica social. A questão é manejá-las com ética, com orientação dos valores preconizados por Cristo, que disse: "O meu reino não é deste mundo". Jesus Cristo criticou os dominadores deste mundo e trouxe outra lógica – a do amor ao próximo, a do espírito de serviço, e não o de poder.

Além da má fé, do abuso de poder e outras coisas, falta também preparo bíblico e até emocional a muitos desses pastores?
Sem dúvida. Outras razões para a má fama de pastores e a suspeita pública que recai sobre eles tem a ver com a patente falta de formação bíblica, teológica e emocional da enxurrada de "autoproclamados" bispos, apóstolos e pastores. Em geral, esses líderes dispensaram a incômoda – para eles – e exigente tradição de formação pastoral que percorria o ciclo do despertamento espiritual, da chamada, do preparo bíblico teológico de anos e supervisão. Dizem que é perda de tempo, que o Espírito Santo dá a inspiração necessária... Não se apercebem o quanto de voluntarismo carnal estão tentando santificar. E esse voluntarismo individualista é muito sedutor. Querem um caminho rápido para o poder espiritual. Curioso que ninguém é chamado para servir entre miseráveis; só existe "chamado" para liderar.

O senhor costuma ser procurado por pastores e líderes evangélicos pedindo aconselhamento por conta de pecados e deslizes no ministério?
Eu faço atendimento clínico há 34 anos. Já atendi dezenas de pastores e pastoras, padres, monges, freiras e seminaristas. Monges e padres são indicados por seus formadores, confessores e superiores, hoje bastante abertos à contribuição profissional de psicólogos e psiquiatras. Fomos chamados a conventos e mosteiros para conversações bastante proveitosas sobe a interface fé cristã, saúde psicológica e vocação. O instituto da confissão no âmbito da Igreja ajuda a prevenir o agravamento de problemas. Já os pastores mostram maior medo – alguns chegam escondidos, pedindo anonimato; outros sugerem atendimento em locais alternativos, como restaurantes, devido ao temor de serem vistos por algum conhecido entrando num consultório de psicoterapia. Eles repetem o procedimento de Nicodemus, que buscou Jesus escondido, com medo dos colegas. Trazem queixas parecidas aos de outras pessoas – mas com maior desconforto, pela culpabilidade exacerbada e temor de julgamento até por parte do próprio terapeuta.

Via de regra, quais são as queixas mais comuns?
Geralmente, os pastores deixam os problemas se acumularem anos e anos, sempre empurrando com a barriga, acreditando que encontrarão a saída sozinhos. Quase sempre, dizem não ter confiança em ninguém – daí o motivo de não buscarem ajuda entre colegas, amigos ou familiares. Quando admitem ter amigos ou confessores maduros, têm vergonha de se expor, preferindo manter uma imagem de alguém, digamos, "normal". Essa posição adoece qualquer um, além de ser hipocrisia. Um dia a casa irá cair, pois o reprimido irrompe de formas incontroláveis; daí ser imprescindível e urgente não protelar e buscar ajuda idônea. É preciso parar de jogar para a platéia e viver pela agenda dos outros; há que se respeitar os próprios limites, reconhecer pecados crônicos e, importante, reforçar o anseio pela cura. Assim, virá a libertação de padrões neuróticos. Este é o caminho para a sanidade, que caminha junto com a santidade: o caminho bíblico para um caráter íntegro, santo, saudável.

A resistência de pastores a buscar ajuda psicológica decorre desses fatores?
Para eles, admitir a necessidade de buscar ajuda psicológica ou psiquiátrica é assumir uma derrota inadmissível. É quase uma negação de fé. Só mesmo quando surta alguém da família, a mulher ameaça abandonar o casamento ou um filho se declara gay é que alguns se rendem à evidência de que a onipotência humana não existe. Sem dúvida, pastores e líderes evangélicos, mais do que outras pessoas, se apresentam, em minha experiência, mais resistentes a buscar ajuda psicológica. Vítimas de uma cultura de medo de julgamento por parte de outros, sentem-se cerceados em sua liberdade de ser gente como qualquer outra pessoa. Muitos caíram nessa armadilha da idealização de figuras pastorais como tendo acesso privilegiado a Deus, como entes superiores e com mais forças para resistir a tentações e coisas tais. Há os que estão submetidos a líderes de congregações moralistas e controladores do dinheiro e das idéias. Para saírem desse aprisionamento, esses pastores precisam buscar ajuda externa com profissionais que conheçam e respeitem sua fé.

E o que pode ser feito?
É urgente que se discuta a formação de seminaristas e a consagração de pastores. Temos pastores demais em igrejas confortáveis e centrais, onde se paga mais; e pastores de menos nas periferias e cidades pequenas, bem como nos lugarejos do interior. Encontramos muitos pastores mal formados, auto-investidos, sem supervisão de colegas, sem dedicação a estudos – são obreiros que nem sabem o que é meditação bíblica, e vivem apenas em ativismo religioso. Homens e mulheres hoje montam igrejas com o intuito de viver das ofertas e dízimos arrecadados dos fiéis. São manipuladores do medo das populações, exploradores dos que buscam, angustiados, respostas bíblicas para suas vidas. Quantos não entraram para o ministério atendendo a um impulso juvenil ou um arrebatamento emocional ao redor de uma fogueira ou para cumprir a profecia de alguém? Líderes imaturos, dirigindo comunidades com dezenas ou centenas e pessoas, é algo muito temerário.

A exemplo dos fariseus dos tempos bíblicos, líderes e pastores extremamente legalistas costumam se esforçar mais para camuflar e esconder suas falhas de caráter. Até que ponto isso pode ser prejudicial, sob o ponto de vista espiritual e emocional?
Esses pastores legalistas incorrem num ato falho de compensação psicológica. Eles tentam se convencer de que são puros e intocáveis, acusando os diferentes de hereges, pecadores ou perigosos. Vejam o caso ilustrado por Jesus – enquanto o legalista pecava ao se vangloriar publicamente de não ser como o publicano, este, quebrantado, pedia misericórdia, confessando-se totalmente indigno. Impressiona tristemente saber como setores que se dizem tão apegados à Bíblia são duros, frios, inquisitoriais com os diferentes, com quem é de outra confissão ou religião. São insensíveis socialmente e até impiedosos com os da própria casa. Tragédias familiares, como o suicídio de filhos, divórcio e fugas, têm acontecido em famílias de lideranças rígidas ou fundamentalistas – além, evidentemente, de escândalos sexuais de arrepiar. Isso só vem confirmar o saber psiquiátrico que relaciona obsessivos por limpeza externa a sofrimentos internos de impureza real ou imaginária.

Que personagens bíblicos podem ser apontados como exemplo de gente marcada por problemas de falta de caráter ou integridade?
Bem, os patriarcas Abraão e Jacó cometeram deslizes e mostraram fraquezas. Assim, errando e acertando, dirigindo-se para Deus, alcançaram a estatura de homens de honra. Davi, o rei sábio, pautou sua vida pelo temor ao Senhor – contudo, falhou muito com a família, com os filhos e os amigos. Devemos lembrar que ele abusou do poder e cometeu pecados horríveis. Acontece que ele teve a oportunidade de ser confrontado por Natã, que corajosamente lhe apontou seus erros. O problema é que boa parte dos líderes religiosos são cercados por bajuladores que encobrem seus erros, numa cumplicidade típica de quem não quer perder os privilégios oriundos da proximidade com o poder.

Natã é um bom exemplo de integridade ministerial?
Sim. Pastores precisam agir como Davi diante de Natã. Suas palavras ao rei possibilitaram que este entendesse e reconhecesse seu desvio, pecado e crime. Davi, caindo em si, arrependeu-se e foi curado da alienação. Naquele momento, ele deixou a prepotência; humilhou-se e recuperou sua credibilidade. Seu arrependimento revelou o que se encontrava no núcleo profundo de sua personalidade: um bom caráter. Davi religou-se ao Deus a quem cantara e adorara na juventude, de forma despojada. O resultado é que hoje citamos seus salmos como Palavra de Deus. Ora, se tratamos a Davi com esta benevolência, porque somos tão cruéis e vingativos com irmãos nossos que cometem deslizes leves ou pecados graves? Consideramos o apóstolo Pedro como um homem cheio do Espírito Santo e também ouvimos suas palavras como sendo Palavras de Deus; no entanto, sua biografia é marcada por incidentes, vacilações, ambigüidades e até mesmo a negação e abandono de Jesus. Mas Cristo o reabilitou, chamando-o à consciência e ao amor incondicional. Além disso, Pedro aceitou a disciplina que lhe foi imposta por Paulo, sem guardar ressentimentos – tanto que, em sua segunda carta, trata admiravelmente bem o colega apóstolo, devotando-lhe toda distinção. Esses exemplos mostram o caminho da perfeição. Somos perfeitos no horizonte escatológico na medida em que no dirigimos para o alvo, no caminho da santificação segundo Cristo, o arquétipo do humano.


Fonte: Revista Cristianismo Hoje

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Mundanismo na Igreja


Amados,
Mais uma paulada  do meu mentor, Pr. João Antônio de Souza Filho
Divirtam-se.
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Dezembro de 2012

Permita-me invadir sua página de relacionamento. Afinal, a maioria dos amigos aqui me solicitaram que queriam fazer parte de minha página!
A cada dia fico mais impressionado em como os prazeres do mundo estão minando a vida dos irmãos e roubando o que deveria ser oferecido a Deus. Se algum mártir da igreja ressuscitasse e visitasse a terra nesses dias e pudesse ouvir o que se fala, comenta e se assiste; e visse quais as coisas que ocupam o coração e a mente do povo de Deus diria: Esta não é a igreja de Jesus Cristo.
Como pastor e conectado às redes sociais, ligado o tempo todo on line para poder pastorear e contatar os irmãos – percebo pelas mensagens e conversas o quanto o mundo sutilmente penetrou na igreja. São comentários sobre idas aos estádios, a shows musicais de grupos não cristãos, a peças teatrais e a divertimentos mundanos.
Os templos dos deuses são mais frequentados pelos membros da igreja dos que os “templos” de Deus. (Sei muito bem que o verdadeiro templo são os membros do corpo de Cristo, e o não o prédio). Não quero me assemelhar a Tertuliano, um dos pais da igreja que escreveu “Espetáculos” mostrando como no terceiro século a igreja já havia se desvirtuado de seu principal objetivo, ser povo de Deus.
 
 1. Os grandes estádios de futebol são agora o templo do deus do futebol. Recentemente com a inauguração da Arena Grêmio em Porto Alegre, um estádio de primeiro mundo percebi como a agitação tomou conta dos crentes nas redes sociais. Semelhantemente os torcedores do Internacional, os cristãos frequentadores de igreja adoram mais seu time que a Deus, e ambas as torcidas preferem ir a um jogo de futebol a um culto da igreja.
 
2. As torcidas de todos os times de futebol do Brasil – incluindo os crentes em Cristo Jesus – vibram mais por seus times do que pela salvação em Cristo Jesus. Expressões de “eu te adoro” são ouvidas nos estádios de futebol, e cada dia menos ouvidas na igreja.
 
3. Nas mensagens sociais os membros das igrejas – pelo menos os meus seguidores – postam mensagens de apoio a shows do mundo pop e sabem na ponta da língua as músicas internacionais dos cantores de rock, mas não os hinos da igreja.
 
4. Os crentes gastam mais com entradas para shows mundanos do que com ofertas para a expansão do reino de Deus. As peças teatrais – com ingressos caríssimos – são mais apelativas aos membros abastados da igreja do que os cultos de domingo a noite.
 
5. E que dizer das festas de fim de ano? Elas refletem bem como anda a igreja. Os crentes aderiram ao demônio do Papai Noel que roubou a cena do Natal de Cristo, e vê-se o “velhinho” ornando as portas e janelas das casas dos irmãos. Este velhinho demoníaco criado por Satanás para abafar a mensagem da encarnação não deveria jamais entrar nos lares cristãos.
 
6. Acrescente-se a essas coisas o espírito mundano que tomou conta até mesmo das férias das famílias cristãs. Para muitos, o tempo de férias é de desligamento total de tudo o que diz respeito a igreja; tempo em que tudo é permitido. Parece que a vida da igreja só retorna depois do carnaval. E tem igrejas que cancelam programações no verão.
E este espírito do mundo sutilmente está roubando o amor a Jesus Cristo. Sim, porque quando as coisas do mundo ocupam o primeiro lugar é sinal de que Jesus Cristo já não é o Primeiro em nossas vidas.
 
7. Percebi o quanto isto se tornou verdade num jantar da ADONEP anos atrás. Ora, participei de jantares e cafés da manhã nos Estados Unidos na década dos anos de 1970 em que, depois do jantar e do café havia pregações com ministrações de salvação, cura e enchimento do Espírito Santo. Mas, as reuniões daqui – que estão definhando – se tornaram passarela de moda, glamour e reuniões frias em que o Espírito Santo não tem oportunidade alguma de se manifestar para fazer a obra que lhe compete. Não existe mais diferença entre um almoço do Lyons ou do Rotary com os jantares da ADONEP.
 
8. Não estou me posicionando contra festas ou programações culturais na igreja – afinal o Espírito Santo usa as culturas para glorificar a Jesus – mas contra o espírito do mundo que aos poucos vai tirando Jesus de cena e colocando no palco outros deuses que são indiretamente adorados. Toda programação da igreja, sejam peças teatrais, danças e quaisquer manifestações cujo holofote não foca em Cristo está sob suspeita de mundanismo.
 
Entre esses “deuses” que hoje são adorados estão alguns cantores pop de shows gospels, além de pregadores rasos especializados em tocar as emoções das pessoas. O leitor sabe a que me refiro: O mundo sutilmente foi entrando nas programações da igreja, na mente e no espírito dos crentes deixando as reuniões mais divertidas e agradáveis, e Jesus deixou de ser Senhor e Rei. Aliás, ele é Senhor e Rei apenas nos cânticos e da boca pra fora.
Quando o Filho do Homem voltar encontrará fé na terra? Sim. Encontrará muita fé, mas uma fé diluída, pervertida e destituída da verdade.
Até a próxima!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A igreja segue caminhando

Amados,

Em meio a tantos problemas, escândalos e teologias furadas que existem na igreja Brasileira, é bom ouvir uma voz sensata como a do Ronaldo Lidório. Segue abaixo este texto fantástico dele.

Paz

Pr. Leandro Silva
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Há, sem dúvida, abundantes motivos de preocupação com a Igreja em nossos dias. Em solo brasileiro o mercantilismo da fé invadiu púlpitos, livros e corações. A prosperidade material, em lugar da santidade e serviço cristão, se tornou o sonho de vida vendido nas prédicas diárias. Os títulos hierárquicos da fé são criados na busca por autoridade e destaque de egos enquanto – talvez seja o pior – a Palavra é manipulada para fins pessoais e, não raramente, ilícitos.




Não discordo das vozes de preocupação ou das lágrimas de angústia por uma Igreja que tem se encantado com as luzes deste mundo, perdeu a simplicidade cristã e, em muitos casos, se conformou com o presente século, aplaudindo-o de pé.



Vejo, porém, que, apesar de vivermos dias maus, há motivos de tremenda alegria e regozijo no Senhor, pois Sua Igreja segue caminhando. E observar o cuidado do Senhor ao preservar o caminhar da Igreja - mesmo ao transitar por ruas esburacadas e esquinas escuras - é terapêutico para a alma e estimulante para a fé.



Nos últimos tempos encantei-me com várias destas pessoas que fazem parte da Igreja caminhante. Lembro-me daquele pastor assembleiano que encontrei no Rio de Janeiro que, encarecidamente, pedia ajuda para subir o morro do alemão visto que andava de muleta por ter levado um tiro na última vez que o fez. Desejava subir novamente o morro para pregar a Palavra de Deus. Recordo-me com cores vivas também daquele mecânico de Brasília, tomado pela alegria da conversão após trinta anos de sofrimento nas drogas, e agora sem conseguir completar uma só frase sem falar de Jesus. Também o Sr. João, leigo e semi-analfabeto, que se embrenhou nas matas amazônicas para pregar a Palavra e evangelizar – sozinho – seis aldeias indígenas, sem preparo, sustento ou reconhecimento, mas por amor ao Cristo vivo. Não poderia me esquecer de nossos teólogos que andam na contra mão das tendências da época e, mesmo debaixo de críticas e risos, não deixam de nos apontar o caminho da Palavra e da fé. E o que mais poderíamos falar dos pastores e líderes com cabeças já embranquecidas que, após uma vida inteira de fidelidade ao Senhor e à sua Igreja, nos inspiram a seguir o mesmo caminho? E aqueles que gastam a vida, economias e forças para dar voz e uma mão amiga aos caídos à beira do caminho? É também formidável perceber que a cada semana, em solo brasileiro, milhões se apinham em templos das mais variadas espécies para praticar a comunhão e, com sede de Deus, buscá-lo enquanto se pode achar.



Dentre as maravilhas de Deus em manter a Sua Igreja viva em meio a um mundo cujas cores são fortes e atraentes, passa pela minha mente três fatos que, apesar de simples, são para mim emblemáticos. Primeiramente, após ter voltado da África para o Brasil e por aqui estar desde 2001, percebo por onde passo a presença de verdadeiras testemunhas do Senhor Jesus. Homens, mulheres, crianças e idosos que não param de falar de Cristo, distribuir panfletos com mensagens bíblicas, realizar encontros nas praças e seguir de casa em casa – pessoas que são impulsionadas a falar de Jesus a partir do que têm experimentado em suas próprias vidas – sincera transformação. Não há um lugar que passo sem uma marca – mesmo que simples, ou as vezes até fora de contexto – da determinação de se falar daquele que fez algo novo, e maravilhoso, em nossas vidas. Jesus está no coração da Igreja e, frequentemente, também em seus lábios.



Em segundo lugar recebi um pacote de cartinhas de crianças de uma igreja no interior de Minas, da escola dominical. Em várias delas afirmavam estar orando por nós – missionários – para que não nos desviássemos do nosso chamado. Pensei naquela manhã: fazemos parte de um Corpo que possui crianças que oram, escrevem suas orações e, ainda, nos exortam a não nos esquecermos do sentido da nossa vida!



Por fim, o amor à Palavra. Muitos crentes a buscam, retiram horas para estudá-la, ouvi-la e comunicá-la. Em muitos cultos o momento mais sublime é o momento da Palavra. Olhos se concentram, pessoas se ajeitam nos bancos. A Bíblia é segura com interesse enquanto canetas anotam explicações e aplicações em caderninhos ou papéis improvisados. Há algo diferente quando ela é aberta.



Sim, a franca evangelização, crianças que oram e o amor à Palavra não minimizam o quadro agonizante de uma Igreja que precisa de urgente e franca reforma de vida. Mas são alguns, dentre muitos outros, sinais de que esta Igreja segue caminhando, e o fará até o dia final quando seremos chamados - os que dormem e aqueles vivem - para ouvirmos a doce voz do Senhor : servo bom e fiel...



Rev. Francisco Leonardo Schalkwijk, homem de Deus, ao impetrar a bênção ao fim de cada culto, sutilmente adiciona uma frase que nos lembra a diferença entre aqueles que se chamam Igreja e aqueles que o são: Que a graça do nosso Senhor e salvador... seja agora irmãos, com toda a Igreja, que sinceramente ama o Senhor Jesus, agora e para todo o sempre, amém. Para ele há na Igreja aqueles que são de fato Igreja – amam sinceramente a Cristo – e aqueles que frequentam cultos, reuniões e púlpitos. Escutei a mesma verdade da boca de um indígena crente em Cristo, da etnia Ixkariana do Amazonas quando afirmou que ser cristão é conhecer a Jesus, é amar e viver a Jesus, e também falar

de Jesus.



Como muitos outros, fui criado em um lar evangélico e nasci ouvindo vários hinos clássicos cristãos. Um deles dizia: Nas lutas e nas provas a Igreja segue caminhando... e, após as estrofes que falam da luta contra o pecado, o diabo e o mundo, o hino encerra como atestando o inimaginável: a Igreja sempre caminhando.



Nos encontros evangélicos internacionais o Brasil é sempre citado, e quase sempre de forma emblemática e entre frases estereotipadas. Alguns afirmam o grande avivamento que por aqui ocorre, a semelhança de outros poucos países do mundo onde o número de evangélicos cresce tão rapidamente. Outros denunciam as teologias oportunistas e exploratórias que são usadas em nosso meio para falsificar a presença e atuação de Cristo. Não raramente alguém me pergunta, como brasileiro, o que acho. A resposta sai quase de forma automática: somos tudo isto e muito mais. Em meio a este emaranhado de iniciativas, das mais sinceras as mais questionáveis, cria-se um ambiente fluido e confuso, para nós. Porém, devemos nos lembrar que o Senhor não vê como vê o homem. Aquele que separa o joio do trigo conhece a Sua Igreja, a ama e a sustenta.



Proponho um exercício espiritual enquanto caminhamos.



•Preocupar-nos um pouco menos com as loucuras feitas em nome de Cristo e um pouco mais com o nosso próprio coração, para que não venhamos a ser desqualificados.

•Olharmos mais para os desejos do Senhor sabendo que, para isto, precisaremos quase sempre estar na contra mão do mundo.

•Observarmos a beleza da presença transformadora de Cristo em Sua Igreja e tantos motivos de alegria, em tantas vidas verdadeiramente transformadas, e não somente os fartos motivos de agonia e indignação.

•Para cada palavra de crítica à Igreja – autocrítica, se assim quiser – termos uma palavra ou duas de encorajamento, para nosso irmão ao lado e para nosso próprio coração.

•Ouvirmos com zelo e temor os profetas que nos denunciam o erro, bem como os pastores que nos encorajam a caminhar.

•Não perdermos de vista Jesus Cristo, Cordeiro de Deus e vivo entre nós, para que a tristeza advinda da Igreja não nos impeça de experimentar a alegria do Senhor.



Louvado seja o Senhor Jesus Cristo por ser Ele, com Sua autoridade e amor, e não nós, em nossa fraqueza e desamor, que faz com que a Igreja – que a Ele pertence – siga caminhando.

fonte: http://www.teologiabrasileira.com.br/teologiadet.asp?codigo=188

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

E se Jesus fosse neopentecostal?


Se Jesus fosse neopentecostal, não venceria satanás pela palavra, mas teria o repreendido, o amarrado, mandado ajoelhar, dito que é derrotado, feito uma sessão de descarrego durante 7 terças-feiras, aí sim ele sairia. (Mt 4:1-11)

Se Jesus fosse neopentecostal, não teria feito simplesmente o “sermão da montanha”, mas teria realizado o Grande Congresso Galileu de Avivamento Fogo no Monte, cuja entrada seria apenas 250 Dracmas divididas em 4 vezes sem juros. (Mt 5:1-11)

Se Jesus fosse neopentecostal, jamais teria dito, no caso de alguém bater em uma de nossa face, para darmos a outra; Ele certamente teria mandado que pedíssemos fogo consumidor do céu sobre quem tivesse batido pois “ai daquele que tocar no ungido do senhor” (MT 5 :38-42)

Se Jesus fosse neopentecost al, não teria curado o servo do centurião de cafarnaum à distância, mas o mandaria levar o tal servo em uma de suas reuniões de milagres e lhe daria uma toalhinha ungida para colocar sobre o seu servo durante 7 semanas, aí sim, ele seria curado. (Mt 8: 5-13)

Se Jesus fosse neopentecostal, não teria multiplicado pães e peixes e distribuído de graça para o povo, de jeito nenhum!! Na verdade o pão ou o peixe seriam “adquiridos” através de uma pequena oferta de no mínimo 50 dracmas e quem comesse o tal pão ou peixe milagrosos seria curado de suas enfermidades. (Jo 6:1-15)

Se Jesus fosse neopentecostal, ele até teria expulsado os cambistas e os que vendiam pombas no templo, mas permaneceria com o comércio, desta vez sob sua gerência. (MT 21:12-13)

Se Jesus fosse neopentecostal, quando os fariseus o pedissem um sinal certamente ele imediatamente levantaria as mãos e de suas mãos sairiam vários arco-íris, um esplendor de fogo e glória se formaria em volta dele que flutuaria enquanto anjos cantarolavam: “divisa de fogo varão de guerra, ele desceu a terra, ele chegou pra guerrear”. E repetiria tal performance sempre que solicitado. (Mt 16:1-12)

Se Jesus fosse neopentecostal, nunca teria tido para carregarmos nossa cruz, perdermos nossa vida para ganhá-la, mas teria dito que nascemos para vencer e que fazemos parte da geração de conquistadores, e que todos somos predestinados para o sucesso. E no final gritaria: receeeeeeebaaaaaa! (Lc 9:23)

Se Jesus fosse neopentecostal, não teria curado a mulher encurvada imediatamente, mas teria a convidado para a Escola de Cura para o aprender os 7… veja bem, os 7 passos para receber a cura divina. (LC 13:10-17)

Se Jesus fosse neopentecostal, de forma alguma teria entrado em Jerusalém montado num jumento, mas teria entrado numa carruagem real toda trabalhada em pedras preciosas, com Poncio Pilatos, Herodes e a cantora Maria Madalena cantando hinos de vitória “liberando” a benção sobre Jerusalém. E o povo não o receberia declarando Hosana! Mas marchariam atrás da carruagem enquanto os apóstolos contariam quantos milhões de pessoas estavam na primeira marcha pra Jesus. (MT 21:1-15)

Se Jesus fosse neopentecostal, ao curar o leproso (Mc 1:40-45), este não ficaria curado imediatamente, mas durante a semana enquanto ele continuasse crendo. Pois se parasse de crer.. aiaiaiai

Se Jesus fosse neopentecostal, não teria expulsado o demônio do geraseno com tanta facilidade, Ele teria realizado um seminário de batalha espiritual para, a partir daí se iniciar o processo de libertação daquele jovem. (Mc 5:1-20)

Se Jesus fosse neopentecostal, o texto seria assim: “ Mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um pobre entrar no reio dos céus” (Mt 19:22-24)

Se Jesus fosse neopentecostal, não teria transformado água em vinho, mas em Guaraná Dolly. (Jo 2:1-12)

Se Jesus fosse neopentecostal, ele teria sim onde recostar sua cabeça e moraria no bairro onde estavam localizados os palácios mais chiques e teria um castelo de verão no Egito. (Mt 8:20)

Se Jesus fosse neopentecostal, Zaqueu não teria devolvido o que roubou, mas teria doado seu ao ministério. (Lc 19:1-10)

Se Jesus fosse neopentecostal, não pregaria nas sinagogas, mas na recém fundada Igreja de Cristo, e Judas ao traí-lo não se mataria, mas abriria a Igreja de Cristo Renovada.

Se Jesus fosse neopentecostal, não diria que no mundo teríamos aflições, mas diria que teríamos sucesso, honra, vitória, sucesso, riquezas, sucesso, prosperidade, honra…. (Jo 16:33)

Se Jesus fosse neopentecostal, ele seria amigo de Pôncio Pilatos, apoiaria Herodes e só falaria o que os fariseus quisessem ouvir.

Certamente, Se Jesus fosse neopentecostal, não sofreria tanto nem morreria por mim nem por você… Ele estaria preocupado com outras coisas. Ainda bem que não era.

fonte: http://www.pavablog.com/2011/09/04/e-se-jesus-fosse-neopentecostal/

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Jesus era ruim de marketing


Alguém me escreveu dizendo que não entende por que Jesus agiu como agiu, ao invés de fazer como César ou Alexandre, o Grande.




A ele e a tantos quantos pensam a mesma coisa, digo o seguinte:



Jesus veio para salvar o mundo e, contudo, não fez nada igual aos que se oferecem como salvadores dos homens.



Já se disse demais [embora valha a pena repetir] que Ele não escreveu sequer um livro, não erigiu um pilar, por mais fajuto que fosse; não mudou para Roma e nem para Atenas ou mesmo para Jerusalém; não aceitou a oferta dos gregos de ir viver entre eles; não buscou impressionar os filósofos gregos ou os senadores romanos; e nem tampouco sistematizou um ensino para ser decorado ou aprendido; e, para completar a serie de “insensatezes”, ainda escolheu andar com gente que não formava opinião, não era conhecida, não tinha berço, e não agia no meio político ou religioso. Ele fez como o Pai: Do que estava sem forma e vazio Ele iniciou o reino!



Além disso, Ele não gerou filhos e nem deixou herdeiros carnais de nada. Não criou amuletos com pedaços de suas roupas ou utensílios de uso pessoal [toda essa história de Graal e relíquias santas é paganismo comercial brabo feito em nome de Jesus], não “marcou lugares santos” e nem estabeleceu “peregrinações sagradas”, como ir à Jerusalém, à Cafarnaum, e muito menos a qualquer outro lugar santo ou “Meca”.



Também não inventou “uma parte profunda” de Seu ensino apenas reservado aos Entendidos e Autoridades. Não venerou nada. Não se vinculou à coisa alguma, nem mesmo ao Templo de Jerusalém, ao qual derrubou com palavras proféticas.



Chocante também é o fato Dele não se poupar em nada. Cansado, então cansado. Com sede, então com sede. Ameaçado, então cauteloso. Descrido, então muda de lugar. Amado, mostra amor, mas não fica seqüestrado pelo amor de ninguém. Desperdiça oportunidades de ouro. Joga fora o que ninguém jogava. Insurge-se contra aquilo que ninguém se levantava em oposição. Provoca a morte com vida até ressuscitar.



Ressuscitar. Sim! Mas para quê? Se as testemunhas não eram críveis. Até óvnis têm testemunhos mais críveis do ponto de vista do que se julga um testemunho respeitável. E além de tudo Ele só aparece para quem crê, e não faz nenhuma aparição ante seus inimigos, no Sinédrio de Jerusalém, por exemplo. Até para ressuscitar Ele trabalha contra Ele mesmo, do ponto de vista de “estratégia de ressurreição”.



Sim! Jesus não fez nada concreto. Tudo Nele era abstrato, até quando era concreto. Tudo tinha que ser apreendido com o coração, e não apenas aprendido com a mente. Um dia depois do milagre da multiplicação de pães e peixes, todo o resultado do milagre já havia sido digerido e evacuado. Ninguém foi por Ele instruído a guardar amostra dos pães e peixes, nem tampouco pediu Ele que se guardasse um tonel de vinho de Cana.



Jesus era do tipo que jamais chegaria à Betânia e diria: “Foi aqui que ressuscitei Lázaro!”



Sim! Ele não tem histórias de Si mesmo para contar. O presente é a História para Jesus. Suas histórias não são passadas, são todas presentes. Suas histórias são as Suas palavras de vida e poder enquanto…



Ora, eu poderia ficar escrevendo aqui para sempre sobre o assunto [aliás, tenho três livros que lidam com essas questões de modo amplo e extenso]; no entanto, o que me interessa é apenas afirmar que assim como Jesus tratou a vida e a História, do mesmo modo Ele espera que nós o façamos, até quando estivermos exaltando o Seu nome ou pregando a Sua Palavra; e, sobretudo, no vivendo da vida.



Ou quem nos fez pensar que Jesus era assim apenas porque Ele tinha que ser assim? — Mas que nós, que não somos Ele [e que temos a tarefa de propagandeá-LO na terra], temos permissão para tratarmos Jesus em relação ao mundo de um modo diferente do que Ele tratou a Si mesmo? Sim! Quem nos convenceu de tal loucura?



O modo de vivermos e pregarmos o nome de Jesus no mundo é exatamente o mesmo com o qual Ele tratou a Si mesmo na experiência humana de Seu existir entre nós.



“Meu reino não é deste mundo!”



Afinal, quem é César? Quem é Alexandre?



Você deve a vida a qualquer um dos dois? Em que César ou Alexandre ajudam a sua vida hoje?



Assim, pergunto:



Você aceita desistir do que erro no qual foi criado na religião e passar a viver com os modos e motivações de Jesus?



Pense nisso!

Fonte: www.caiofabio.net


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

PENTECOSTALISMO, ESPIRITUALIDADE 171 E AVENIDA BRASIL



Existem muitos modos de “ver” as coisas que concernem a “Deus” [conceito] e à “espiritualidade” [prática do conceito espiritual no qual se crê].



Nem de longe é meu objetivo discorrer sobre as principais vertentes dessas espiritualidades; afinal, teria que ser um imenso de um livro o projeto que sequer pretendesse arranhar as multi-gamas dessas variáveis de olhar espiritual entre os humanos.



Atenho-me ao nosso meio imediato: o mundo cristão evangélico!





Ora, no ambiente chamado “evangélico” [que cobre hoje todos os grupos não católicos de confissão bíblica no país] — foi o Pentecostalismo [de todos os matizes] o introdutor de um pressuposto devastador para a produção de uma consciência carregada de caráter e honestidade nas práticas da vida.





O Pentecostalismo, em linhas gerais, não é predestinista-divino da segurança da salvação [como são os Reformados], embora seja predestinista-humano do inferno, quando pela certeza de que “fora dos cultos e das frequências e filiação à igreja local não há salvação”, com imensa facilidade danam toda a humanidade não igrejada no fogo...; sim, e isso por um tempo de duração eterna.





Assim nasce a ufania de que o crente pentecostal tem um poder espiritual maior do que todos os demais, pela certeza de que se houver observância aos ditames morais e aos costumes espirituais da “igreja” a pessoa se torna santa, e, portanto, superior a todos os demais humanos no planeta [caso não faça nenhuma irregularidade bíblico comportamental e jamais deixe de obedecer ao seu pastor ou líder].





Além disso, se ensina também [sem a frase explicita, mas nas entrelinhas] que “Deus é Pentecostal”, depois “evangélico”, e, depois de tudo..., quem sabe..., talvez... Deus seja “cristão” no sentido lato do termo. Mas apenas muito “quem sabe”...





Quando falo de “Igreja Pentecostal” me refiro mais ao conceito e práticas do que ao um nome ou placa. Que fique entendido; até porque a “igreja evangélica” que não é publicamente pentecostal, na prática das coisas, todavia, o é quase que na sua totalidade.

A crença é a seguinte: “Deus” tem um borogodó que os pentecostais que não tem com mais ninguém!





A eles “Deus” deu muitos poderes, especialmente aos seus líderes...





Sim, deu-lhes o poder de falar em línguas, de profetizar, de curar, de repreender o diabo, de comandar anjos, de condenar homens ao inferno, de separar o joio do trigo, de dizer o que é certo e errado para os outros todos, de intervir nos governos, de enquadrar as minorias, de acusar os que não são “evangélicos” de serem “o mundo”; e mais: deu-lhes o poder de darem ordens a “Deus”, de ordenar-Lhe o que “fé/desejo/capricho/nosso”. Sim, deu-lhes o poder de determinar [caso a pessoa não esteja devendo nada à “igreja”].





Porém, mais do que tudo, “Deus” os tornou os “Seus” representantes autorizados no planeta; assim..., eles também têm o poder de amaldiçoar, de abençoar conforme o interesse, de cobrar e receber dinheiro de “Deus”, de criarem “campos de força espiritual” [a cobertura]; além de que são eles que decidem o que Deus liga nos céus ou desliga na terra, conforme a determinação deles.





Ah, o “Eterno” também deu a eles o poder de “lavar o dinheiro de Deus”.

O dinheiro pode ser roubado, mas se devidamente dizimado na “igreja”, está lavado.

O dinheiro pode ser de drogas, mas, dedicado à igreja, se torna santo.

O dinheiro pode ser da máfia, porém, se for tirado o dizimo do bruto, tudo está legalizado por “Deus”.





Ora, como o Pentecostalismo é revelacionista existencial... [embora creia no livro Bíblia e dele faça suas doutrinas; [adorando o livro como um ente sagrado], ainda que se dizendo uma fé bíblica, de fato, a qualquer momento, por causa do modo intimo e diferenciado que “Deus” trata os “Seus herdeiros pentecostais”, o que a Bíblia diz pode se tornar uma Lei Para Todos, mas não para o ente revelacionista existencial pentecostal; posto que para ele “Deus” dê novas “revelações”, as quais podem “abrir para o crente pentecostal somente” [...] uma porta especial e inigualável; a qual, para os demais homens “sem revelação” está vetado o entrar, mas para o “ungido” está legalizado pelo Senhor.





E tem mais: se o que estiver em jogo for a prosperidade da causa do “Evangelho ou da Igreja”, vale tudo!



Sim; vale tudo!



Querem que eu cite histórias aos milhares para demonstrar que é assim que é?



Desse modo, até a oração é “adianto indevido” pro lado do “crente”.





O sujeito não estuda, não trabalha, não se esforça, não aprende, diz que tudo coisa do “mundo”, e diz: “Eu determino que sou cabeça e não cauda, e, portanto, saiam os ímpios do meu caminho porque sou filho do Rei!”





Sendo assim, ser filho de “Deus” é ser um playboy filho de mafioso culpado e que realiza todos os caprichos de seu filho bandido e arrogante.



Ora, esse conceito se espraia para todas as dimensões da vida... Sim, literalmente altera tudo no olhar do individuo e mata o seu caráter e a sua humanidade fundamental, roubando-lhe a benção da consciência justa, e, assim, dando a tal individuo a espiritualidade 171 dos estelionatários.





Na verdade o homem se torna o que ele confessa como espiritualidade. Tudo nele passa a ser a imagem e semelhança de sua confissão e entendimento.





Desse modo, me diga; sim, sendo assim, me diga:





TENDO ESSE “DEUS” E DESENVOLVENDO ESSA “ESPIRITUALIDADE”... COMO É POSSÍVEL VIVER EM HUMILDADE, SERVIÇO, COMPAIXÃO, ENTREGA, SOLIDARIDADE INSDISCRIMINADA, HONESTIDADE, BONDADE, TRANSPARENCIA E REVERENCIA PARA COM TUDO E TODAS AS COISAS NA EXISTÊNCIA, QUANDO TUDO O MAIS É PARA SER USADO PELOS NOSSOS CAPRICHOS BREGAS, SEMELHANTES AOS DESEJOS COTIDIANOS EXPRESSOS NA CIDADE RELIGIOSA CHAMADA DE DIVINO NA NOVELA AVENIDA BRASIL?





Assim, digo: a coisa ficou tão 171 em tudo que não titubeio em afirmar que o personagem Tufão da novela Avenida Brasil é muito mais gente de caráter do que a maioria dos pastores 171 que em nome de “Deus” fazem do povo os “bichos do jogo”.





Com tal espiritualidade não é possível viver com lucidez, sobriedade, simplicidade, humanidade, solidariedade indiscriminada e caráter de Cristo em nós.





Entenda: falei não de pessoas e nem de uma sigla, mas apenas de um espirito que permeia quase toda a espiritualidade “evangélica”.





Sem medo de ser julgado, pois Nele falo com sinceridade,







Caio – 20/10/12- Lago Norte – Brasília – DF






fonte: http://www.genizahvirtual.com/2012/10/caio-fabio-tufao-da-novela-avenida.html#ixzz2AJUNTL5o

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Jesus, pastor de pessoas e não de consumidores

Amados,

Nelson Bomilcar é uma das minhas referências em cristianismo e música. Vale a pena lê-lo.

Paz

Pr. Leandro
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A compreensão do pastoreio de Jesus pode ser libertadora nos dias de hoje, quando tantas pessoas, equivocadamente, são transformadas em consumidores pelo mercado da fé.




Jesus amou e morreu por pessoas. Jesus ressuscitou por pessoas. Ele deu sua vida em resgate de homens e mulheres que estavam perdidos em seus próprios delitos e pecados. Compadeceu-se de homens e mulheres que estavam condenados à morte por suas transgressões. Cristo amou e se entregou em sacrifício na cruz por causa da rebeldia e da desistência humana de andar, comungar e obedecer ao Criador. O Filho de Deus doou a vida eterna a pessoas que o receberam como Senhor e Salvador. No mistério e profundidade de sua graça, ele nos olhou como pessoas e ovelhas, dando-nos vida – e vida em abundância.



Como pastor, Jesus deu e dá sua vida pelas ovelhas e por seu rebanho. Somos, como igreja, comunidade e ajuntamento de pessoas que estavam prisioneiras em seus próprios medos, incertezas e angústias. Éramos cativos de mente e coração. O desespero e a incerteza diante da morte e da fragilidade da experiência humana nos atormentavam. Assim, pessoas comuns – com suas histórias, marcas, heranças e contextos – através de seu Espírito, têm escrito uma nova história onde fé, convicção, certeza e esperança se instalaram.



Tal compreensão pode ser libertadora nos dias de hoje, quando tantas pessoas, equivocadamente, são transformadas em consumidores pelo mercado da fé. De forma sutil e sorrateira por um lado, e agressiva por outro, essa dinâmica tomou conta da mentalidade evangélica no Brasil e no mundo. Devotos se transformaram apenas em consumidores e mantenedores desse mercado, travestido até na forma de igrejas locais coorporativas e estruturas empresariais. A lógica e o discurso são os mesmos do mercado: cantamos sobre a marca Jesus, escrevemos sobre ela, lançamos produtos temáticos. Já há até estudos de marketing acerca de características de gênero, classe social, faixa etária e necessidades de determinados grupos sendo usados para a criação de igrejas.



Grandes conglomerados comerciais de literatura e música chamadas de cristãs estão sendo engolidos com voracidade por empreendedores que, até bem pouco tempo, nem se importavam com a existência do tal segmento evangélico. Só que o Jesus de muitos pregadores, cantores, corporações e empresários não é necessariamente aquele apresentado na Bíblia, o Jesus eterno e histórico, o Emanuel, o Deus que se fez homem; aquele que veio como escravo e servo para proporcionar ao caído a salvação por meio da cruz, para anunciar o Reino de Deus e trazer graça, senhorio e juízo. Esse Jesus midiatizado não é o Jesus que trouxe ensino e valores de amor, compaixão, paz e justiça, e que nos deixou a missão de lhe fazer discípulos e seguidores.



O pastor Jesus, pastor de ovelhas, de gente, trata a cada um com pessoalidade, dignidade e importância. Ele nos ama como pessoas, ouve nossos relatos, está atento à nossa realidade e história. O pastor Jesus alimenta o faminto, sacia o sedento, limpa o imundo, cura os feridos, protege e conduz ovelhas. Jesus nos ajuda a dar significado ao pastoreio e a contextualizar esta vocação do acolhimento, do cuidado, do ensino e da formação espiritual. Os pastores não precisam perder o caminho da fé, assim como qualquer cristão em outra área profissional ou de atuação – uma fé que ganha contornos práticos de uma vida de serviço e de trabalho digno, mediante o suor do rosto. Fé no Deus trino, e não no mercado que fala sobre ele.



Muitos dirão que comércio pode ser feito com ética e honestidade, visando a legítimos propósitos. É verdade. Mas a chance de o mercado tirar do centro a essência e o alvo do Evangelho, de sua mensagem e obra, são muito grandes.



Pastores, escritores e artistas cristãos produzem em escala industrial coisas que se tornarão, invariavelmente, produtos de consumo: mensagens, livros, CDs, ensinos, palestras, DVDs... Tudo tem seu preço, e tudo acaba alimentando esse mercado da fé. Numa linha muito tênue, o negócio se torna a pessoa, o pregador, o cantor, o escritor, sua corporação, sua visão, sua estrutura criada. Assim, o que fazem torna-se um fim em si mesmo, e não um meio para atingir algo mais elevado.



No genuíno pastoreio, contudo, precisamos ser cuidadosos e íntegros. Não se pode perder de vista que cuidamos de pessoas, e não de consumidores. O mercado não é o nosso negócio, muito menos o propósito do chamado e vocação pastoral. Somos cuidadores e referenciais de Jesus para o rebanho de Deus, ajudando ovelhas a permanecerem no Caminho.







Nelson Bomilcar acaba de lançar o livro "Os sem-igreja", pela editora Mundo Cristão. É conhecido no Brasil como músico, pastor, missionário, compositor, produtor, conferencista e escritor. É casado com Carla e pai de Karen e Nathan. Há 36 anos exerce seu ministério no Brasil e tem suas canções, parcerias, produções e arranjos presentes em inúmeros trabalhos da música cristã nacional

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Quero ganhar o Troféu Promessas

Amados,

Texto ácido, sensacional do Zé Bruno, líder da Banda Resgate, uma das bandas referências do Rock Gospel. Hoje é pensador e já se desestevanizou, como disse um amigo meu... É, parece que funcionou mesmo hehehhe


Paz

Pr. Leandro
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Quero ganhar o Troféu Promessas




Atenção seguidores do twitter, irmãos da Igreja e amigos do Facebook, vamos combinar uma coisa:

Eu faço de conta que não pedi nada a vocês, e vocês fazem de conta que não ouviram nada.



Vocês fazem de conta que foi iniciativa espontânea e acessam o site do Troféu Promessas.

Aí vocês votam tipo 50 ou 100 vezes cada um pra fazer de conta que foram muitas pessoas diferentes que votaram em mim.


O Comitê Organizador fica satisfeito porque fez de conta que seu Troféu mobilizou votos de milhões de pessoas, e todo mundo fica feliz!

Eu faço de conta que estou ansioso pelo resultado, mesmo sabendo que outros artistas fazem o mesmo.



Não se esqueçam, todos nós estamos fazendo de conta que nada disso está acontecendo.



Vocês podem, tipo assim, fazer de conta que estão preocupados com minha ansiedade, e até podem mobilizar uma campanha de oração por mim, e Deus...bom...não posso afirmar que Deus faz de conta que ouve...mas tudo bem vai...



Aí então eu recebo o Troféu de "faz de conta", e tento fazer de conta que minha mediocridade nunca existiu.

Aliás posso concorrer com uma música americana, tipo versão em português, e receber o troféu no Brasil fazendo de conta que o compositor americano é tonto...bom...vá lá...americano é tudo tonto mesmo...



Vocês fazem de conta que ficaram espantados com a minha vitória, e fazem de conta que sou uma bênção.

Daí eu dou testemunho dizendo que Deus me honrou, fazendo de conta que eu nunca soube que tudo foi combinado, tipo Lula, e até deixo cair umas lágrimas de "faz de conta"

A Mídia Gospel faz de conta que sou um sucesso, e publica o fato, e eu faço de conta que acredito que sou incrível.

Quem sabe até um programa de auditório me convide pra mostrar o Troféu fazendo de conta que a gravadora não pagou jabá pra eu estar lá...já pensou!

Aí eu digo que até os ímpios estão reconhecendo o valor da música evangélica, e eu faço de conta que foi a minha "unção" a responsável por tal feito.



Coitado só do povo né...que consumirá o meu CD, sem saber do "faz de conta", mas tudo bem...eles são café com leite.

Meu Deus! Vai ser demais!!!!



Nós todos fazemos de conta que nosso mundico gospel é poderoso e que nosso mercado é sério.

Podemos ainda fazer de conta que isso não é idiotice.

Podemos fazer de conta que somos felizes e que isso é um avanço...

Depois fazemos de conta que foi bênção vinda dos céus, e louvamos a Deus em agradecimento, cantando minha música é claro...aquela americana que eu fiz uma versão em português pra concorrer como melhor canção gospel no Brasil, lembra?



Deus, que por sua vez não teve nenhuma participação nisso, não consegue fazer de conta que não viu nossa infantilidade...paciência...

Mas nós que vivemos no mundo de "faz de conta", fazemos de conta que tá tudo certo, afinal de contas esse reino que inventamos é o país das Maravilhas, e nós??...nós somos Alice, é lógico...quer dizer, fazemos de conta que somos, é claro.



Na premiação todos estarão lá; o Coelho branco de colete a Lagarta azul, a Duquesa, a Rainha de copas e o Gato de Cheshire.

O Chapeleiro maluco nos avisará quando for a hora do chá, e a Lebre de março e o Arganaz vão ajudá-lo no cerimonial.

Todos sabem que a Tartaruga é falsa, mas dançam assim mesmo na quadrilha da Lagosta.



Ai meu Deus...será que conseguiremos algum dia correr o risco da simplicidade?



"...difícil é viver a vida assim sem aventura, deixar ser pelo coração...se é loucura, então melhor não ter razão..."



Amigos cantores e artistas, não se ofendam com o humor ácido das palavras de um pobre maluco como eu que faz de conta que é pensador.

Se fiz mal, é fácil resolver o problema...afinal, depois de tanto "faz de conta", basta fazer de conta que eu nunca escrevi nada, e tá tudo certo.


Zé Bruno
fonte: Facebook



terça-feira, 18 de setembro de 2012

Adoradores sem face



Amados,

Já preguei neste texto de II Reis 2, sobre o Tangedor anônimo. Mas o Jorge Russo deu um banho com este texto. Aprecie...

Paz

Pr Leandro Silva
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Por Jorge Russo





"Ora, pois trazei-me um tangedor. Quando o tangedor tocava, veio o poder de Deus sobre Eliseu". II Reis 3.15



Na versão da NVI diz: "Mas agora tragam-me um harpista". Enquanto o harpista estava tocando, o poder do SENHOR veio sobre Eliseu".



Aqui temos o histórico de um músico desconhecido. Ele só aparece nesse versículo, e nem sequer aparece o nome dele, nem quantos cds já gravou, nem se tocou com Fulano ou Beltrano, nem de qual igreja ele faz parte. Mas o texto mostra que enquanto ele tocava seu instrumento, a presença de Deus veio sobre o profeta, que predisse a vitória de Israel sobre os moabitas, um fato histórico muito importante, mas o profeta sabia da importância de ter um tangedor naquele momento, ele poderia ter chamado um dos famosos, mas foi chamado aquele que ninguém conhecia, mas que quando tocava, Deus não resistia, e comparecia para estar com ele. Hoje vemos gente se promovendo, que já gravou tantos discos, que tocou com "O famoso", que ministrou com "O ungido", que foi guitarrista de "O cara", ou que ministrou diante de milhares de pessoas. Mas tenho certeza que Deus não fica nem um pouco impressionado com a nossa fama diante dos homens.




Eu imagino que aquele tangedor (cujo nome não conheço, nem está registrado), devia estar acostumado com o fato de que quando ele tangia seu instrumento Deus vinha ao seu encontro, imagino também que a casa deste tangedor devia ser constantemente inundada com a presença do Senhor.



Hoje vejo muitas pessoas dizendo que são adoradores sem face, mas no fundo a maioria quer ser reconhecido, e aceito pelos homens, falando de si mesmos. É como um jogo de poder, quem é mais ungido, quem vende mais cd's, quem ministra para mais pessoas. quem faz a musica mais louca, quem faz o culto mais demorado, é a turma dos "famosos detentores do poder de Deus". Temos também o exemplo de Davi, quando ainda não era rei, mas era um tangedor desconhecido e um pastor de ovelhas, que conhecia bem a presença de Deus. Posso imaginar Davi tocando sua harpa no horário de descanso, quando as ovelhas já estavam satisfeitas, no cair da tarde.



Na época, Davi não era conhecido nem popular. Não era o músico da moda evangélica da hora, mas quando ele tocava, mexia com o mundo espiritual. O fato de alguém atrair a presença de Deus é motivo de preocupação no inferno. O diabo também não está preocupado com a nossa fama diante dos homens, mas ele se preocupa quando Deus aparece na área. Se atrairmos a presença do Senhor, vamos fazer com que o diabo saia em retirada.



I Samuel 16.23 "E sucedia que, quando o espírito maligno, da parte de Deus; vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa e a dedilhava; então, Saul sentia alívio e se achava melhor, e o espírito maligno se retirava dele."



Se aparecer uma pessoa endemoninhada na nossa frente, o que vamos falar?



- Eu sou "Fulano"! O grande tangedor! Já gravei mais de 20 cds. E toquei no grande congresso diante de 5000 pessoas; só por isso você vai sair seu demônio mal educado! Você não esta vendo quem sou eu?



Provavelmente o demônio ira rir da cara do "Fulano", como aconteceu com os filhos de Ceva:



Atos 19



13. E alguns dos exorcistas judeus ambulantes tentavam invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que tinham espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus a quem Paulo prega.

14. E os que faziam isto eram sete filhos de Ceva, judeu, principal dos sacerdotes.

15. Respondendo, porém, o espírito maligno, disse: Conheço a Jesus, e bem sei quem é Paulo; mas vós quem sois?

16. E, saltando neles o homem que tinha o espírito maligno, e assenhoreando-se de todos, pôde mais do que eles; de tal maneira que, nus e feridos, fugiram daquela casa.

Atos 19:13-16



O fato deles serem filhos do sumo sacerdote e "usarem" o nome de Jesus não serviu de nada.



O espírito maligno conhecia muito bem a glória de Deus que rodeava Paulo.



Hoje vemos pessoas pegando carona na unção de outros dizendo: "Eu sou musico de "Shavasubias", cujas musicas são ouvidas em todo o Brasil". O demônio vai dizer: "Conheço "Shavasubias", mas você; quem é?"



Mas se estamos habituados o atrair a presença de Deus, provavelmente nem precisemos falar nada, pois o próprio demônio já sabe que somos motivo de preocupação no inferno e procurará ficar longe.



Eu creio que quando Deus comparece ao local, nós, os ministros não precisamos falar que "Ele está aqui", ou "Sinto a presença do Senhor", Ele não precisa de apresentadores de palco para mostrar que Ele chegou.



Existem duas opções o Ele vem ou não vem, não precisamos forçar a barra ou medir a presença de Deus pelo tanto de aplausos ou barulho. Ou Ele vem ou não vem.



Quando o Senhor comparece mesmo ás nossas reuniões, não precisamos anunciá-lo, Ele mesmo se apresenta. Existem muitas, simulações da presença de Deus, fórmulas que já estão até cansativas e sem criatividade, frases repetidas e jargões ultrapassados. Devemos ser mais honestos quando Ele não vem, e dizer: "Irmãos vamos nos humilhar e orar ate que Ele venha, pois Ele está longe deste lugar."



Vamos orar e pedir a Deus que nos esconda e nos livre de toda essa onda de fama e "moda gospel", que é muito barulho e pouco poder, é muito trovão e pouca chuva.



Paz para teu coração.



Jorjão

www.ministeriotrio.com.br

ministeriotrio@gmail.com



quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Gospel de rapina - Vamos ter que pagar antes de louvar !!

Amados,

Abaixo um texto que assino embaixo !! Esta é minha opinião também e confesso que estava ensaiando para escrever algo sobre o assunto, porque também recebi uma cartinha deste CCLI.

Eu já decidi faz tempo: Quero ministrar canções que Deus me deu e orientar a igreja a cada dia mais evitar o gospel de hoje e compôr canções ao Senhor !!

O dom da composição existe !! Usemos !!

Paz

Pr. Leandro

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Soube hoje que as Igrejas Cristãs Nova Vida, da qual sou o Bispo Primaz, foram notificadas de que teriam de pagar direitos autorais pela execução de músicas de “louvor” nos seus cultos. Cada uma de nossas igrejas ficaria, assim, responsável por declarar o número de membros e a frequência aos seus cultos, para que fosse avaliado o imposto a ser pago ao Christian Copyright Licensing International (CCLI), sociedade que realiza a arrecadação e a distribuição de direitos autorais decorrentes da execução pública de músicas nacionais e estrangeiras. Por sua vez, o CCLI repassaria o valor devido aos compositores cujas músicas estão cadastradas.




São poucas as vezes em que me vejo sequestrado por um assunto do momento aqui no blog. Tenho como norma pessoal não me deixar levar pelas “últimas”. Já há bastante alvoroço em torno de assuntos efêmeros e não precisam da minha voz para somar à confusão instaurada por “notícias” e controvérsias. Não obstante essa regra que tento seguir, não posso me calar ante esse fato. Já deixei passar algumas horas até que a minha revolta se acalmasse, para que, no seu lugar, pudesse me expressar com clareza e me reportar às Escrituras como regra. Pois, em meio ao transtorno, ninguém se contém e acaba por pecar pelo excesso. Isso não quer dizer que me sinta menos convicto sobre o que tenho a dizer, mas quero realmente trazer uma perspectiva lúcida.



Comecemos pelo que constitui o direito autoral e o porquê da sua existência. Seria justo que alguém lucrasse pelo trabalho, a inspiração e a arte de outro sem que o autor da obra participasse dos lucros? Certamente que não. Cada emissora de rádio, show ou outro tipo de empreendimento com fins lucrativos deve prestar a devida parcela do seu lucro a quem ajudou a produzir essa arte.



Por outro lado, a Igreja é um empreendimento com fins lucrativos? Não – segundo a definição do próprio Estado brasileiro. Ela goza de certos privilégios, na compreensão de que a sua atividade é religiosa, devota e piedosa e, sendo assim, sem fins lucrativos. Que muitos “lucram” em nome da Igreja ninguém duvida. Mas, em termos estritamente definidos pela legislação, não é um empreendimento que tenha como finalidade o lucro.



Louvar a Deus é uma atividade que gera rentabilidade? Também não. Quando cantamos ao Senhor, estamos nos expressando a Deus em sacrifício santo e agradável a Ele (se bem que não caem nesta categoria muitas das músicas que doravante serão objeto de taxação, por decreto-lei). Mas, para manter o fio da meada desta reflexão, suponhamos que as músicas adocicadas, sem fundamento em qualquer real princípio cristão, emotivas e, em alguns casos, passionais (para não dizer sensuais) sejam realmente louvor (algo que tenho tentado ensinar a nossa denominação que não são). Cantar essas músicas traz lucro para a igreja? A resposta é não. A igreja não lucra. Não há um centavo a mais caindo nas salvas porque cantamos uma música de uma dessas cantoras gospel da moda em vez de Castelo Forte. É possível fazer um culto fundamentado apenas nas músicas riquíssimas do Cantor Cristão e da Harpa Cristã (para não falar nos Vencedores por Cristo, cuja maioria das canções não recai sobre este novo decreto-lei).



Esses cantores e essas cantoras têm o apoio de empresários da fé. Homens que também lucram absurdamente às custas da boa-fé de pessoas a quem prometem uma vida de lucro pelo seu envolvimento. Não me surpreende ver a lista de “notáveis” que apoiam essa iniciativa.



Agora, esses cantores que se venderam para emissoras de televisão, que ganham fortunas nas suas turnês “gospel” e pela venda de incontáveis CDs e DVDs, não estão satisfeitos. Querem mais. Querem “enterrar os ossos”. Tornaram-se mercadores da fé, e com essa última cartada, suas máscaras caem por terra. Que máscaras? As que fazem com que acreditemos que eles realmente creem que o culto é para Deus somente. Para eles, a igreja não passa de fonte de lucro. A igreja não passa de um negócio. Sim, porque, por essa ação, afirmam não acreditar que a igreja seja uma assembleia de sacrifício. Para eles, a igreja é uma máquina de dinheiro. Sua eclesiologia é clara. Suas lágrimas de comoção são teatro. Seus gestos de mãos erguidas não passam de encenação.



A despeito do meu repúdio por esse grupo de músicos “cristãos”, fico grato a eles por uma razão. Tenho tentado ensinar a denominação que lidero a ser mais criteriosa na escolha das músicas cantadas nos cultos. Por força da popularidade desses “superastros do louvor” a pressão da juventude e dos músicos da igreja tem sido quase insuportável. Então cantam as músicas sem devocionalidade real deles e delas para o enlevo de pessoas que nem precisavam confessar Jesus para cantá-las com comoção. Graças ao mercantilismo dos tais, vou emitir uma circular para as nossas igrejas em que instruirei todas a pagar os direitos autorais devidos caso queiram insistir em usar as referidas músicas da moda em seus cultos.



Os que não querem fazer parte desse mercado de rapina receberão uma lista compreensiva de músicas que continuam sendo de domínio público, inclusive as que compus e pelas quais nunca recebi nem quero receber um centavo. Graças a Deus, são os bons e velhos hinos que têm conteúdo e substância, confissão e verdadeiro testemunho do Evangelho. Há centenas de hinos antigos que vamos tirar das prateleiras e redescobrir. Podemos aprendê-los e retrabalhá-los para torná-los atuais aos nossos dias, com arranjos interessantes. Músicas escritas por santos e não por crianças. Músicas escritas para a glória de Deus e não para lucro sórdido. Sim, falei sórdido. Pois os atuais já lucraram com o que é legítimo. Agora vão atrás do resto. É um gospel de rapina. Sinto-me na necessidade de tomar um banho, pois essa história me forçou a passear pelo lamaçal onde esses chafurdam para encher a própria barriga – que é o seu deus, afinal.


Que bom que já me acalmei, pois realmente tinha vontade de dizer muito mais.
Na paz,
+W

fonte: http://www.waltermcalister.com.br/site/gospel-de-rapina/




quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Da zona rural de Minas Gerais, as canções de Antonio Cirilo se espalham pelo mundo

Amados,

Abaixo uma entrevista com um dos ministros de louvor que, para mim, destoa de tudo o que é gospel neste Brasil.
Gosto muito dele e tenho TODOS os cds, Dvds e vídeos ORIGINAIS !! Recomendo.
Glória a Deus !!

Paz

Pr. Leandro Silva
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O menino que sonhava em ser padre viu nas composições e na música a melhor forma de falar de Deus



Homem sério e alegre, casado, pai de dois meninos e uma menina. Escritor, compositor, arranjador, cantor, produtor musical, fundador e líder do Santa Geração, cuja missão é alcançar mais e mais vidas, através da adoração e do ensino da Bíblia. Antônio Cirilo prega que “a música foi criada por Deus para nos confortar, para adorar e reconhecer nosso Pai”. Hoje o menino mineiro é uma referência no âmbito do louvor, adoração e pregação do evangelho. Suas canções foram gravadas em vários cantos do mundo.



Onde nasceu e viveu a infância?



Bom meus pais eram lavradores, nasci e cresci na zona rural do município de Rio Vermelho, Vale do Jequitinhonha, estado de Minas Gerais. Nós mudamos para a capital mineira quando eu era adolescente em busca de vida melhor.



Quais eram os sonhos do Cirilo criança?



Eu queria ser padre (rs), fui coroinha desde pequeno, subia no tijolo “para pregar”. Morava no interior, e ali cresci na presença da música, mas nunca pensei em ser músico. Já estava tudo certo para eu ir ao Seminário Católico e na última semana desisti, meu irmão teve que ir em meu lugar (rs) e lá passou dois anos (rs). Me converti, e como pastor e sempre ministrava louvor, foi nesse cenário que Deus me chamou para levar a adoração a outros lugares.



Por onde passou nesses anos de trajetória?



Bom pelo Brasil quase que todo (rs), mas nas turnês internacionais já fomos a vários países da Europa, também Japão, África do Sul, Estados Unidos, Canadá e alguns países do Oriente Médio.



Como é a preparação do CD?



A nossa única motivação é adorar a Deus e atrair outras pessoas a fazer o mesmo. Quando preparamos um CD, nós imaginamos você dentro do seu quarto com as mãos para o alto adorando ao Senhor Jesus. Geralmente uma pessoa compra uma peça de roupa baseada no seu gosto pessoal. O mesmo acontece com muitas outras coisas. No entanto, no que diz respeito aos CD´s de adoração, não deveria ser assim. Às vezes quando lemos a Bíblia, nem sempre o texto nos agrada diretamente, porém, sabemos que ele é necessário para o nosso crescimento espiritual. Em outras palavras, você sentirá pessoalmente a presença de Deus, se entender que nós não produzimos CD´s para simplesmente ouvir, mas, para adorarmos juntos.



Você considera que o “Santa Geração” tem uma carreira promissora?



Sim, afinal são vinte CD´s, cinco DVD´s. Além do livro “O Arrependimento das Obras Mortas”, e participação em vários outros trabalhos. A música “Poderoso Deus”, que dá título ao quarto CD da Série Santa Geração, é a de maior destaque. Ela tem se tornado um verdadeiro hino entoado por todo o Brasil. A música “Sua Presença É Real” já obteve 1º lugar geral em rádios seculares.


Como se sente como compositor?



Puxa, realizado em Deus. Tenho canções gravadas também em albuns de alguns cantores evangélicos que me pedem inclusive em outros idiomas. O Santa Geração está despontando também no cenário de conteúdo digital, nossas músicas podem ser encontrada no formato ringtone ou truetone para celulares e fulltrack mp3 nos principais sites de comércio de mp3 do mundo, tais como iTunes, cdbaby.com e outros.



Como é ter tantas músicas tocadas em tantos lugares e ver essas músicas transformarem vidas?



É um cumprimento da palavra de Deus, no livro Dele tem escrita nossa vida, existem vários níveis da vontade do Pai para nossas vidas. É a vontade de Deus que nos acessa. Há 12 anos estava na fila de um bebedouro e uma mulher me disse: “Deus vai te usar para gravar CDs com músicas que iriam mudar o coração, a mente e o comportamento das igrejas no Brasil e no mundo”. Eu nunca tinha saído do país naquela época. Duas semanas depois sonhei com a canção: “Jesus quero ficar contigo, eu quero ser teu amigo...” e aí foi. Então vejo que Deus apenas me usou como instrumento para cumprir sua Palavra.




E a família como fica?



É uma questão de disciplina, a maioria dos pais hoje são “ausentes”. O pedreiro trabalha o dia todo. Então você negocia com os filhos em ter bons momentos quando estamos juntos. Negocio a quantidade, nunca fico muito tempo sem dar atenção a eles, tem o dia deles, minha vida é bem organizada, então separo um tempo específico para ouvir o que eles têm a dizer, fazer o que eles gostam de fazer.


De tantas, qual a música preferida?



A canção “Poderoso Deus”, com certeza, afinal ela já cruzou fronteiras. Já transformou muitas nações, já cheguei no “mundo” árabe e vi as pessoas cantando na língua delas. Fui visitar certa vez os Estados Unidos na Igreja Americana e o pessoal estava cantando em inglês a música. É uma canção que transcende a nacionalidade, sem dúvida o poder de Deus.

fonte: http://pibnet.com.br/pib/index.php?option=com_k2&view=item&id=950:antonio-cirilo&Itemid=178