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sábado, 2 de abril de 2011

Avivamento e os odres velhos

O avivamento é uma esperança de todos nós, que mais parece uma utopia. Conversando com o Rabino messiânico Marcos Andrade Abrão, autor do livro “Filho de Elohim”, chegamos juntos a seguinte declaração: “Nem Israel, nem a Igreja estão preparados para o avivamento”.

Particularmente entendo o seguinte: O primeiro deverá passar por uma grave crise, antes de olhar para aquele a quem traspassaram, e isto ocorrerá somente depois de terem sido enganados pelo anticristo, o falso messias, que firmará com eles uma falsa aliança. A Igreja, por sua vez, montou uma estrutura incapaz de conter um movimento nesta proporção. Hoje, ela não passa de um odre que romperia ao tentar conter um conteúdo de natureza incompatível com a sua atual formulação.

Como resultado deste avivamento, milhões de pessoas em todo o mundo seriam impactadas e procurariam abrigo para a sua fé em alguma estrutura religiosa. Isto forneceria uma incrível oportunidade para as aves de rapina que construíram ninhos nos ramos desta grande árvore na qual a Igreja se transformou. Executivos da fé ligariam imediatamente suas planilhas para calcular o retorno financeiro e acionariam sua equipe de marketing para montar estratégias para tirar deste mover o máximo possível. Em suma, se o Espírito Santo soprasse um movimento desta envergadura sobre a Igreja, estaria dando um tiro em seu próprio pé.

Um dos livros mais esclarecedores sobre avivamento, que eu já li, foi “Help! I Need Somebody”, de Walter Heidenreich, que relata um mover de Deus em meio à comunidade Hippye à qual pertencia nos idos dos anos 60. Era um grupo realmente diferente de todos, que seriam recebidos com surpresa pelos diáconos mais compreensivos escalados como recepcionistas. Imagine deparar-se com um grupo de cerca cem pessoas sujas, fedorentas e de postura incomum tentando entrar naquelas tradicionais igrejas européias em busca de ensinamento que fortalecesse a sua fé. Muitos chegaram a chamar a polícia, pensando se tratar de um arrastão. O movimento se esvaiu com o tempo, pois foi repelido por uma igreja que não estava preparada para ele.

Pude sentir isso na própria pele enquanto pastoreava uma igreja em São Paulo que começou a ser freqüentada por moradores de rua. O pessoal usava nossos banheiros para cortar o cabelo, catar piolhos, tratar feridas e dar banho naquela turma com escova e sabão. Os diáconos torciam o nariz, questionavam o valor do trabalho e procuravam razões para acabar com aquilo. O motivo alegado era que o banheiro seria usado no domingo por pessoas limpas. Mesmo alegando que tudo estaria limpo e desinfetado para os dias de reunião, os ataques dos obreiros se tornavam cada vez mais violentos e desleais. A minha igreja lutava contra o evangelismo dos excluídos. Um verdadeiro banho de água fria no avivamento.

Um dia destes fui pregar em uma igreja tradicional de uma cidade da Grande São Paulo e fui abordado por um grupo de diáconos daquela Igreja que estava preocupado com o fato do seu pastor alimentar a idéia esquisita de implantar ações evangelísticas em torno de pessoas excluídas.

- O que o senhor acha de um absurdo destes pastor Ubirajara?
- Acho realmente um absurdo, respondi. Se depender de vocês, vai todo mundo para o inferno. Sua escolha pelos engravatados e pelas cheirosas é um simplesmente inconcebível.

Será que ainda construremos uma estrutura eclesiástica capaz de conter este vinho?


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Fonte: Sob Nova Direção. Dica de Daniel Liuzzi (danielliuzzi@hotmail.com)

(*) Título Original: Avivamento: Será que estamos chegando lá?

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