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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Os novos corruptos gospels

Amados,

Pr. João de Souza Filho, é meu mentor pessoal e me ajuda muito em minha caminhada cristã. Não só com seus livros mas com seus conselhos.

Abaixo um texto sem comentários dele, assino embaixo tudo o que ele diz, afinal aprendi muito sobre esta área com o próprio.

Paz

Pr. Leandro
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Confesso que depois de quarenta e sete anos de ministério e de haver escrito seis livros na área de louvor – e os que me conhecem me têm como precursor da mudança litúrgica da igreja brasileira – o que em parte é verdade – estou desiludido com os rumos que tomaram os cultos de nossas igrejas e o surpreendente desvio dos cantores gospels brasileiros.






Escrevi em 1985 O Ministério de Louvor da Igreja e depois a trilogia completa com Louvor e Edificação da Igreja e Ministério de Louvor: Revolução na Vida da Igreja. Depois veio Formando Verdadeiros Adoradores, Deixem Soar os Tamborins, Cântico ou Mantras o que estamos entoando em nossos cultos e, por fim encerrei a série de livros sobre louvor com O Livro de Ouro do Ministério de Louvor, prêmio excelência “Areté” 2011, escolhido como o melhor livro de liderança. Ainda tenho o Livro de Ouro dos Poemas e Cânticos da Bíblia, esperando alguma Editora querer publicar.



O tema de louvor, da vida dos dirigentes de culto, da vida dos cantores foi amplamente tratado nesses livros. Inclusive a questão dos cachês altos e do espírito de Balaão que os cantores incorporam com extrema facilidade.



Vezes seguidas denunciei através de meus artigos os descaminhos que tomaram os cantores da igreja brasileira. Fiquei dois anos em silêncio desde meu último manifesto, mas cada vez que me deparo com a alta soma cobrada pelos grupos gospel – e sei quais os que ainda não se corromperam, fatia que diminui a cada ano – tenho que falar, isto é, escrever. A única arma que tenho é escrever. E por haver escrito artigos em que denuncio a venda de dons e os ministérios balaônicos já não sou mais convidado para encontros grandiosos de adoração e louvor em que alguns cantores comparecem, e nem faço questão de comparecer, se bem que ainda participo de seminários de treinamento de líderes.



Fico imaginando certas letras de cânticos, como “faz chover” – que sempre imaginei chuvas de bênçãos, como se propõe nos hinários – mas que se subtende sejam chuvas de dinheiro; geração de Elias, de Samuel, geração deste e daquele, mas que em nada os cantores imitam na vida os personagens que entoam tão bem. Pois essa geração de Elias mais se parece a Balaão; a geração de Samuel mais se parece a de Eli e seus filhos e assim por diante. Investigue o patrimônio dessa gente e você se surpreenderá! É até caso para o Ministério Público.



Devo dizer que algumas melodias e letras são lindíssimas; fáceis de cantar, inspiradoras, mas quando examino o quanto o cantor cobra para cantar tais canções o único parâmetro que tenho para medi-lo está em Amós: “Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias das tuas liras. Antes, corra o juízo como as águas; e a justiça, como ribeiro perene” (Am 5.23-24). O único que fez uma letra e cantou com sinceridade este texto foi Don Moen em que confessa o que Deus diz a ele: Music fits good on you! A música lhe cai muito bem! Mas, quando você entoa suas melodias fecho os ouvidos para não ouvi-las, porque a sua vida não condiz com o que você canta. Mais ou menos assim, diz a letra em inglês que nunca foi traduzida para o português.



Que adianta cantar sobre os profetas que não se corromperam, se os cantores que assim entoam já se corromperam eles mesmos, aumentando cada vez mais seu cachê chegando a preços absurdos? Essa denúncia também me afeta financeiramente, porque como não imponho preço para pregar nas conferências, certos pastores acham que eu não me alimento, não vou para o aeroporto de táxi, e que tudo é de graça quando se trata de pregar a palavra de Deus.



Pois bem. Decidi que não mais comparecerei em shows gospels! Não compactuo com os cachês altíssimos que os grupos gospels recebem. Também não suporto o som excessivamente alto e o espírito de show nas celebrações.



Faça uma comparação entre o ministério da pregação da palavra e o ministério dos cantores gospels, se é que se pode comparar os dois ministérios! O pregador gasta horas preparando seu estudo, orando, tem a responsabilidade de ser o porta-voz de Deus; de alcançar o coração das pessoas com a mensagem divina; depois ora pelas pessoas, aconselha, liberta e, acaba enfrentando dois problemas: Congregações que não suportam ouvir uma pregação bíblica, porque tem coceiras nos ouvidos; e pastores que não sabem honrá-los com uma oferta de amor digna de sobrevivência por uma semana.



Sim, o cantor também se desgasta ensaiando, mas deveria ser mais disciplinado na sua vida de integridade com Deus e com o povo! E os pastores que convidam tais cantores são cúmplices dos pecados deles.



Anos atrás optei por ser pregador da palavra de Deus e não cantor e não me arrependo, só que hoje me dou conta de que incorro no pecado de comparar o desgaste do ministério; e o fato de que aos 66 anos de idade preciso trabalhar doze horas por dia revisando e escrevendo livros e preparando pregações para ter o que comer durante a semana, enquanto os cantores gospels tiram num fim de semana valores que oscilam entre cinco e setenta mil reais! O leitor acha justa a cobrança tão alta de cachês? Não? Mas, gosta de ouvir as músicas deles!



E pior, conheço pregadores que para fazerem re-té-té, usar a neurolinguística e emocionar as pessoas – e o povo e os pastores gostam desse divertimento – também acumulam um patrimônio invejável!



O leitor imaginará que estou frustrado, nada disso. Não estou frustrado com o ministério, pois Deus me honrou permitindo-me escrever 37 livros, muitos deles conhecidos em todo o Brasil e exterior. Estou tranquilo com minha consciência, certo de que nunca defraudei ou roubei – como fazem os cantores roubando ao povo – ganho meu sustento dignamente, mas estou frustrado com os rumos que tomaram a igreja brasileira; com a desvalorização do ministério da palavra em detrimento de divertimento gospel nas igrejas. Os homens de Deus que conheço e que são profundos conhecedores da palavra de Deus não vivem nababescamente como os cantores gospel; são homens que sabem honrar o chamamento divino. A maioria dos cantores que são famosos nesta nação – nem todos, é claro – venderam-se ao sistema, inclusive os que cantam sobre os profetas que se corrompem; eles mesmos corrompidos!



Hoje, vivem-se como nos dias de Jeremias, em que as pessoas têm coceiras nos ouvidos; que preferem adorar a rainha dos céus (sim, as rainhas gospel brasileiras); que ouvem os profetas falsos (cantores gospels), e se deleitam no conforto de suas casas.



Que Deus tenha misericórdia de nós!

Pr. João de Souza Filho

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